Era sábado de sol em Canela. Como de costume, pela manhã estávamos congregando na igreja Adventista do bairro Santa Marta e nem sequer imaginávamos que o culto daquele dia estava sendo transmitido ao vivo para detentos da prisão de São Francisco, em Rio Grande do Sul. Dias depois soube que a moça com cara de ingênua que nos visitavam naquela manhã era mulher de um detento em um sistema penitenciário e pelo celular ela filmava o culto, para que o marido assistia ao vivo, dentro da prisão.
Diante da revelação, fiquei a imaginar quais os tipos de regalias que os detentos que se encontram dentro de um sistema de segurança máxima obtém. Os meros mortais que vivem dentro de um “reality show”, assistidos por quaisquer tipos de pessoas, inclusive por detentos que vivem encarcerados em presídios de segurança máxima, se encontram impotentes e sem ter a mínima confiança nas políticas de segurança pública desse País. A semana passada (25/04/2017), li na revista Veja que brasileiros de classe média estão deixando o Brasil para irem viver em Portugal, porque o Brasil não oferece uma inflaestrutura em segurança pública.
Triste. Lamentável. Caótico. Um País com uma carga tributária tão perversa quanto o Brasil não consegue oferecer o mínimo para um cidadão de suas terras, a segurança pública. Nesse pacote desordenado, pode-se incluir a falta de educação com qualidade, falta de políticas públicas-sociais e saúde para seus cidadãos. E paro por aqui, porque se for classificar aquilo que falta nesse País, é necessário criar um grande livro para numerar a quantidade.
Em meio ao cartel corrupto que foi desenhado pela política no congresso, no senado e na presidência do Brasil, ao menos uma notícia sóbria diante de tantas nuvens cinzentas e sombrias. Um amigo disse que o Palocci elogiou o trabalho realizado pelo juiz federal de Curitiba, o Dr. Sérgio Moro e pôs-se a disposição da justiça para colaborar informando aquilo que sabe sobre o grande pacote corrupto que faz dessa Pátria, uma gandaia nacional.
Não se sabe se isso é uma estratégia política ou de fato o “marujo” decidiu pular do barco, cujos “piratas”, festejavam a quantidade de riquezas que haviam adquirido nessas terras e que se tornou um horror e uma vergonha!
Onde a Operação Lava-Jato vai chegar é ainda um mistério. O que se sabe é que nunca houve tantas delações, tanta gente sem credibilidade e sem humanismo, afundando um País em nome das “oligarquias perversas”. E a boa consciência? Há em Brasília? Há egoísmo. Avareza. Jactância. Arrogância. Desonestidade. Crueldade. Inimizade da cidadania e do respeito ao cidadão. Há traidores dessa Pátria. Atrevidos, enfatuados, mais amigos da corrupção que amigos da honestidade.
Nem é necessário perguntar que País é esse, porque todo mundo já conhece muito bem. E do modo porque temos os desonestos de Brasília resistindo à verdade, recomenda-se que os eleitores saiam do analfabetismo político e veja que é vergonhoso o quadro que se desenvolve durante esses tempos, do qual não há nada que mereça alguma moção de aplausos. Há falta de segurança e educação, de tal maneira e proporção e que já não pode achar outro nome assaz para essa medíocre situação, exceto pelo de Gandaia Nacional.
* Por Alex Magalhães. Escritor e autor do livro O Sucateamento do Famoso Paraíso dos Sonhos Humanos
