O povo não sabe o que é biblioteca

– O povo não sabe o que é biblioteca. – Disse a bibliotecária de uma cidade na serra gaúcha, enquanto tentava me coagir, por ter ido à câmara dos vereadores reclamar que ao menos jornais poderiam ser oferecidos à população, como resposta das políticas públicas aos cidadãos do munícipio.  A senhora que tentava se prevalecer por causa de sua vasta experiência como bibliotecária, tentava generalizar os fatos, como uma justificativa para que as assinaturas de jornais não fossem assinados pelo poder executivo e repassadas à biblioteca municipal.  

Se a ignorância é o mar mais violento e sangrento de todos os tempos, prevalecer-se dela é fundamentar-se na soberba e arrogância. Em um país com uma carga tributária perversa, dificilmente encontramos políticas públicas de qualidade para a educação, saneamento básico, trabalho, pouco estimulo é oferecido para despertar a consciência subalterna, a sair da caverna e experimentar o conhecimento, formar opinião, para que esse fenômeno coletivo, destrua aquela velha opinião formada que “brasileiro é burro e não gosta de ler”.

É verdade que boa parte da população, inclusive educadores, faz jus a esse provérbio popular. O desenvolvimento intelectual não é enaltecido, porque é mais fácil e cômodo marchar na fileira da ignorância e prevalecer-se desse critério, para sobreviver à custa de favores ou de manipulação social.   

Quando respondi com segurança ao questionamento auto egocêntrico daquela cidadã, “que o povo poderia não saber o que é biblioteca, mas que não fazia parte dessa feliz estatística”, seguiu-se outra desmotivação para não seguir adiante com a busca pelo conhecimento por meio dos jornais. Os termos numéricos de cidadãos que prevalecem da leitura, infelizmente são mesmos caóticos. As incidências da realidade nua e crua favorecem bastante quem deseja prevalecer dessa infeliz realidade.

Nesse tema, de que – O povo não sabe o que é biblioteca – veja uma leitura tão crítica quanto o analfabetismo político e isso tudo gera “liberdade para corrupção”, uma vez que não há um louvor para os poucos conscientes que lutam por uma igualdade social, mas um desprezo e repúdio a quem almeja construir uma sociedade coesa e justa.  E não é o conhecimento uma forma de expressão? Se o cotidiano concede campo livre para quem almeja silenciar a sabedoria, o movimento das referências do conhecimento deve ser uma base para que sonha com um Brasil mais justo e livre. Livre da senzala moral, livre do predador do conhecimento, livre da anarquia e da soberba, de quem não estende os braços para a sabedoria, a fim de construir um País. (Por Alex Magalhães)   

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