A estudante de arquitetura da Unesp de Bauru, Beatriz Carvalho – 23 anos, desenvolveu um projeto de pesquisa intitulado “O Santuário de São Sebastião: Arquitetura Sacra Neocolonial em Porto Ferreira”. O projeto trata-se de uma Iniciação Científica, ou seja, uma primeira experiência do estudante de graduação de realizar pesquisa acadêmica dentro do ambiente universitário.
Segundo Beatriz a pesquisa é um estudo físico e técnico da arquitetura do Santuário Diocesano de São Sebastião, com a análise dos arcos, dos vitrais, dos estilos arquitetônicos, entre outros. Mesmo assim o trabalho abarca um grande potencial teórico ao discorrer sobre aspectos históricos da igreja e também sobre conceitos e filosofias da arquitetura Neocolonial.
A estudante comenta ainda que os vitrais foram uma das coisas que mais chamou a sua atenção. Segundo ela eles estão lá e são bonitos, mas poucas pessoas sabem o que eles significam. “Eu mesma nunca reparei no que os vitrais queriam dizer e a ideia do projeto também era entender o que eles estavam representando”.
A ideia surgiu após um professor, que desenvolve pesquisa na área de arquitetura sacra realizar o convite a estudante, hoje no quinto e último ano de faculdade. Beatriz esteve realizando a pesquisa por um ano, porém segundo conta o tempo gasto em todo o processo, desde o início até o final, foi muito maior.
O historiador e Chefe da Seção de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural de Porto Ferreira, Vinicius Carlos da Silva, reforça a importância do trabalho na preservação do patrimônio e comenta a relevância disso. “O patrimônio é tudo aquilo que foi produzido por um povo e deixado por ele. Quando você preserva o patrimônio você está estabelecendo um laço identitário do passado, isso é importante por que ele dá sentido e significado a existência desse grupo”, destaca.
Beatriz realça que o importante em sua pesquisa é que as pessoas tenham acesso a ela, para tal ela desenvolveu uma pequena cartilha com algumas informações que descobriu. “A importância de divulgar a pesquisa está em retirar do ambiente acadêmico a produção acadêmica. A ideia é fazer as pessoas conhecerem a própria história. Por exemplo, muitas pessoas assistem todo o domingo a missa no Santuário a vinte anos, mas elas não conhecem a história do lugar onde elas estão”, comenta ela.
Para Vinicius, “tudo que é produzido acaba sendo refletido na sociedade. O conhecimento é algo muito complexo ele parte de um pensamento abstrato e se torna algo concreto, mas muitas vezes isso demanda tempo”. O historiador ainda enfatiza a importância da pesquisa acadêmica em uma sociedade: “é um processo extremamente importante para que as pessoas possam entender como funciona a universidade, queiram estar na universidade e percebam que sem universidade você não faz um país, você não constrói uma nação e você não constrói um povo que seja soberano, independente, e que tenha consciência de si mesmo”.
Por: Felipe Lamellas : Graduando em Comunicação Social: Jornalismo na Universidade Estadual Paulista "Júlio Mesquita Filho" em Bauru-SP; Professor de História no Cursinho Pré-Vestibular Gratuito "Principia"; Apresentador do programa Intercomunica na Rádio Comunidade FM