Nascido de uma manifestação praticamente espontânea dos ex-componentes do extinto Bloco da Vaca, o Viúvas do Fininho abriu o Carnaval de Porto Ferreira no último sábado, 15. A saída repetiu o local da concentração dos últimos anos: a praça Máximo Fenilli, defronte à Igreja de São Benedito. E já virou tradição.
Por volta das cinco horas da tarde, os instrumentistas reuniram-se na praça pública. Não há convite oficial, venda de abadás, serviço de bar ou qualquer exigência de fantasia. O camarote vip é a própria rua. A participação é livre e requer apenas uma condição: divertir-se com a família e ouvir samba.
O grupo de amigos mantém contato durante o ano nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp. A data marcada para a manifestação ocorre sempre no penúltimo sábado antes da terça-feira de Carnaval.
O nome é uma homenagem ao falecido advogado Eduardo de Carvalho, o Fininho, que era um assíduo integrante do Bloco da Vaca em mais de três décadas, além de ser um apaixonado pela Folia de Momo.
A cada ano o número de pessoas que acompanham o cordão aumenta, principalmente crianças acompanhadas de pais. Diz-se cordão carnavalesco por se tratar de um grupo de pessoas que se sucedem na folia, cantando, dançando e tocando instrumentos, sem compromisso. A ideia é que o cordão seja conduzido por um mestre que obedece a um apito de comando.
O conjunto instrumental é formado por voluntários e ex-percussionistas do Bloco da Vaca. Nas Viúvas do Fininho ganharam o nome de batuqueiros. Os integrantes mais engajados vestiam camiseta alusiva ao Carnaval de 2020.
Além da bateria, acompanha o cordão um boneco, igual a esses feitos em Olinda, que remete à figura de Fininho. A alegoria retrata um Carnaval em que o folião se fantasiou de membro do Olodum, com cabelo rastafári.
O Viúvas do Fininho resgata uma antiga tradição carnavalesca: o uso da praça pública para cantar e dançar, a liberdade da manifestação popular, a inversão da hierarquia oficial por não existir uma autorização prévia para brincar o Carnaval, a procissão com o juntamento de gente e de excludentes (sem discriminação de raça, credo ou cor) e, por fim, todos são transformados em foliões livres em um ambiente familiar.
O próximo encontro com o Viúvas do Fininho está marcado: dia 6 de fevereiro de 2021. E viva a tradição do Carnaval!
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