Um estudo do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), feito no segundo semestre deste ano, revela que 82% dos jovens entre 18 e 24 anos afirmam que o sonho da casa própria é um pesadelo.
Eles preferem morar em um imóvel com contrato flexível do que se comprometer com um financiamento de até 30 anos. Para 76% desses jovens, morar em um lugar adequado à fase de vida é uma tendência real. A pesquisa é só um dos diversos estudos e elementos apresentados no livro Como viver em um Mundo sem Casa, a ser lançado oficialmente no dia 15 de dezembro, via Youtube.
Escrito pelo jornalista Leão Serva, em conjunto com o empresário do mercado imobiliário Alexandre Frankel, o guia também conta com a participação de especialistas como a socióloga Célia Belém, o economista Gesner de Oliveira (FGV), os professores da Universidade de Columbia (EUA) Shawn Amsler e Pedro Rivera e o professor e cientista político do MIT, Ben Ross Schneider.
"No início deste semestre, realizamos um webinário junto com estes especialistas, construindo um verdadeiro think tank de conteúdos inéditos. Isso permitiu que a gente compilasse as informações e as transformasse em um livro de tendências de moradia para os próximos anos", explica Frankel.
A chegada do Covid-19 acelerou exponencialmente outras tendências que vinham mudando o comportamento das pessoas. É o caso do home office. Inúmeras empresas já tinham adotado sistemas desse tipo antes da crise sanitária. Mas em geral eram políticas como "um dia off" para cada funcionário de departamentos específicos. De repente, o vírus provocou uma revolução e de uma hora para a outra um percentual enorme da população do planeta estava trabalhando de casa.
Um dos capítulos da obra traz uma análise detalhada de um novo perfil: a Geração sem Casa. Trata-se na sua maioria de jovens, adeptos ao trabalho remoto, que desejam liberdade para morar onde quiserem, a médio e longo prazos, e de forma desburocratizada.
O guia traz ainda depoimentos daqueles para quem o lar pode estar em qualquer lugar do planeta, como o empresário e navegador Pierre Schurmann, o apresentador de TV Caio Braz, a cantora Luísa Matsushita, o consultor de negócios e body-surfista Henrique Pistilli ou o empresário Thomaz Brandão Teixeira. Além do "papa do co-living", o francês Gui Perdrix, que há cerca de 25 anos vive sem ter uma "casa" convencional e nem dorme em hotéis, só vive em co-livings.
São eles que mostram como empresários podem comandar empresas a milhares de quilômetros do escritório-sede; consultores, morar na praia e se deslocar, diretamente da prancha de surfe ou de um veleiro para o escritório do cliente; que o local de moradia é um serviço que cada vez mais é contratado por um aplicativo no smartphone, exatamente como dez anos atrás ocorreu com as revoluções do Uber, do iFood ou do Netflix.
Como viver em São Paulo Sem Carro
O guia Como Viver em São Paulo Sem Carro, lançado em trilogia nos anos 2012, 2013 e 2014, alertava sobre a troca do sonho do carro próprio pela liberdade de não se ter um carro, apenas pegar um aplicativo, uma carona ou um transporte público no momento desejado. Sem ter que procurar estacionamento, pagar manutenção e todos os outros perrengues associados ao automóvel, que já foi apontado pela empresa financeira norte-americana Morgan Stanley como "o pior investimento do mundo".
Devido ao sucesso em antecipar tendências, a série de livro terá a sua quarta edição, mas com foco e nome diferentes: Como Viver em um Mundo Sem Casa. Este volume mostra que as novas tendências de relacionamento com a cidade alteram a relação das pessoas com a moradia. Parecem estar ruindo ideias de que o ser humano tem um cérebro reptiliano que é apegado a um ninho antes de tudo, ou ditados como "quem casa, quer casa". Ou certezas de que quem não casa e quem descasa também querem sentir a "solidez" da propriedade de um imóvel.
Como Viver em um Mundo Sem Casa_BAIXA.pdf
Serviço: Lançamento Livro Como Viver em um Mundo sem Casa
Quando: 15 de dezembro
Onde: Youtube
Horário: 19h
Por Ortolani Comunicação e Marketing – Eric Fujita – efujita@ortolanicomunicacao.com ; Adriano Ortolani
adriano@ortolanicomunicacao.com