A leishmaniose é um problema de saúde pública no Brasil e em diversos países tropicais vizinhos na região das Américas. É uma importante zoonose, ou seja, pode acometer humanos e animais. Os principais tipos são: Leishmaniose Tegumentar e Leishmaniose Visceral.
Inicialmente considerada uma zoonose silvestre, que acometia ocasionalmente pessoas em contato com florestas, a doença passou a ocorrer em zonas rurais, devido ao desmatamento, e em regiões periurbanas, com a adaptação do mosquito vetor e presença de reservatórios em espaços urbanos mal cuidados.
A leishmaniose é transmitida através da picada de um flebotomíneo infectado, também conhecido popularmente por mosquito-palha ou birigui. A doença pode acometer tantos seres humanos, como canídeos silvestres, assim como o cão doméstico.
A veterinária do Centro de Controle de Zoonoses destaca que o contato com cães não transmite a doença. Ou seja, não é uma doença contagiosa. A doença apenas é transmitida através da picada de flebotomíneos infectados. Porém, tanto os cães quanto o homem, precisam estar protegidos.
O cuidado é semelhante ao que se recomenda contra a proliferação do mosquito da dengue, a única diferença é que o foco de reprodução não está na água parada. No caso da leishmaniose, o vetor se reproduz em qualquer tipo de matéria orgânica. Sendo assim, terrenos e quintais devem estar sempre limpos, sem folhas, galhos de árvores, fezes de animais, restos de madeira e lixo de um modo geral.
Prevenção
No caso dos cães, a prevenção deve ser realizada com o uso de coleiras repelentes e/ou pipetas para aplicação, seguindo orientações do fabricante sobre a data de validade para reaplicação ou troca. Esses cuidados vão afugentar o mosquito, evitando que ele pique o cão, estando assim, protegido. As coleiras com deltametrina 4% são as mais recomendadas.
Também é importante não permitir que os animais tenham acesso à rua, sem o devido monitoramento do responsável.
O Brasil também dispõe de vacina para prevenção de leishmaniose em cães, mas ela não deve ser adotada como única medida protetiva. É importante destacar ainda que a vacina só pode ser aplicada após exame sorológico negativo, para que o tutor se certifique de que o animal não está infectado.
A vacina não deve ser utilizada como única forma de prevenção.
O uso de telas mosqueteiras finas, uso de repelentes, inseticidas domésticos, ajudam na prevenção da doença em seres humanos. O mosquito vetor da leishmaniose é mais ativo em horários como início do anoitecer e antes do amanhecer.
Pessoas que moram ou visitam regiões endêmicas e matas não podem deixar de proteger a pele.
Sintomas
Apesar de acometer animais e humanos, os sintomas podem ser distintos. Nas pessoas, o sistema imunológico é bastante afetado, causando insuficiência renal crônica, emagrecimento, atrofia muscular, diarreia, aumento de volume abdominal, febre intermitente, perda de apetite, fraqueza, anemia, palidez, alterações respiratórias, dentre outros.
Já os animais contaminados costumam apresentar distúrbios hematológicos, descamação cutânea e presença de feridas arredondadas que não cicatrizam (úlceras) localizadas ou difusas, crescimento anormal das unhas, além de letargia e emagrecimento.
É importante que ao observar qualquer mudança na saúde, ou apresentar algum sintoma diferente, sempre seja procurada ajuda profissional qualificada.
Tratamento
O tratamento em humanos é realizado com medicações específicas.
Em animais, porém, até 2016, não havia tratamento liberado e os confirmadamente infectados eram encaminhados para eutanásia ética, devidamente documentada. Atualmente, apenas uma medicação foi autorizada no Brasil. Porém, o custo do tratamento é caro, o animal precisa passar por reavaliação clínica, laboratorial e parasitológica periodicamente (de 4 em 4 meses), e sempre que necessário, um novo ciclo de tratamento deverá ser indicado, lembrando que também precisam ser mantidas, obrigatoriamente, as demais medidas preventivas.
É preciso extremo comprometimento do tutor com todas as medidas preventivas, assim como, do médico veterinário responsável pelo acompanhamento.
A prevenção ainda é a melhor forma de combater a proliferação da leishmaniose, especialmente sobre a ótica da Saúde Única, que engloba os três pilares: saúde animal, saúde humana e saúde ambiental.
Com a finalidade de orientar a população e realizar um levantamento epidemiológico, agentes comunitários de saúde da USF Adalberto Luí Pirondi, do Jardim Bandeirantes, iniciaram na terça-feira (08/03) visitas assistidas, em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses e Vigilância Epidemiológica, na região do Jardim Jandyra. Esse trabalho preventivo pretende ser expandido a outras regiões do Município.
Assessoria de Comunicação, Cerimonial e Eventos
