O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) — que mede a inflação oficial do país –, acelerou para 1,62% em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira. Em fevereiro, o índice havia ficado em 1,01%.
Esse foi o maior resultado para o mês de março desde 1994, antes da implantação do Real. No ano, o indicador acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, informa o instituto.
A alta veio “muito acima do que se imaginava”, segundo o professor de Finanças e Macroeconomia do Ibmec do Rio de Janeiro, Alexandre Espírito Santo. O mercado trabalhava com alta em torno de 1,30%. “A alta de preços nesse ano, infelizmente, não vai chegar ao objetivo de 5% e provavelmente será acima de 7%, a depender do que acontecer com o preço do petróleo.”
Desde março de 2020 até fevereiro deste ano, o IPCA acumula alta de 16,3%, de acordo com levantamento feito pelo CNN Brasil Business. Embutidos no aumento de dois dígitos estão centenas de produtos e serviços, entre eles alimentos, combustíveis e energia até eletrônicos, materiais de construção e mesmo carros e bicicletas. Todos esses são itens que tiveram altas maiores do que 20% nesses dois anos.
Enquanto isso, o Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 159,3 pontos em março, alta de 17,9 pontos (12,6%) ante fevereiro. Esse é o maior nível já alcançado desde o início da avaliação, em 1990. Em um ano, o índice saltou 34%.
Fonte: CNN Business