Em 2022, o déficit em transações correntes foi de US$ 55,7 bilhões, ante o saldo negativo de US$ 46,4 bilhões em 2021.Esse aumento, de US$ 9,3 bilhões, deveu-se às ampliações nos déficits de serviços (US$13 bilhões), e de renda primária (US$4,9 bilhões), compensadas parcialmente por aumento de US$ 8 bilhões no superávit comercial.
Balança comercial e serviços
No ano de 2022, as exportações e as importações de bens registraram os maiores valores da série histórica e a corrente de comércio atingiu US$ 636,9 bilhões. As exportações de bens somaram US$ 340,7 bilhões, aumento de 19,9% em relação a 2021, enquanto as importações de bens totalizaram US$ 296,3 bilhões, acréscimo de 19,6% sobre o ano de 2021. Saldo em 2022 foi de US$ 44,4 bilhões.
Já as exportações e importações no âmbito do Repetro (Regime aduaneiro especial para bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra de petróleo e de gás natural) somaram respectivamente US$ 1,3 bilhão e US$ 1,9 bilhão em 2022, ante US$ 1,1 bilhão e US$ 15,4 bilhões em 2021.
Em 2022 o déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) somou US$ 40 bilhões, aumento de 48,4% comparativamente ao déficit de 2021, que foi de US$ 27 bilhões. Esse incremento decorreu, principalmente, das elevações nas despesas líquidas de transportes (US$ 5,8 bilhões) e de viagens (US$ 4,9 bilhões).
Rendas
No ano de 2022, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) totalizou US$ 63,9 bilhões, 8,3% acima do déficit de US$ 59 bilhões ocorrido em 2021. As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$ 44,7 bilhões, 16,4% acima do valor observado em 2021, enquanto as despesas líquidas de juros somaram US$ 19,2 bilhões, ligeiramente inferiores aos US$ 20,6 bilhões de 2021.
Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil, que remetem os lucros para fora do país, do que de brasileiros no exterior que trazem "lucros" para o país.
No ano, o IDP (ingressos líquidos em investimentos diretos no país) totalizou US$ 90,6 bilhões, esse resultado representa o maior ingresso líquido do IDP desde 2012, quando o ingresso registrado foi de US$ 92,6 bilhões.
No ano de 2022 os ingressos líquidos em carteira no mercado doméstico somaram US$ 6,4 bilhões (ingressos líquidos de US$10,9 bilhões em ações e fundos de investimentos e saídas líquidas de US$ 4,5 bilhões em títulos de dívida) ante ingressos líquidos de US$ 27,9 bilhões em 2021.
Já os investimentos diretos no exterior (IDE), em 2022, totalizaram aplicações líquidas de US$ 30,7 bilhões. O resultado deveu-se, principalmente, às aplicações em participação no capital, que somaram US$ 29,6 bilhões em 2022.
Reservas Cambiais
O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 324,7 bilhões. No ano de 2022 as reservas internacionais recuaram US$ 37,5 bilhões. Contribuíram para essa redução as perdas por preço (US$ 24 bilhões); a concessão líquida de linhas com recompra (US$11,5 bilhões); as perdas por paridade (US$ 6 bilhões); e a liquidação de vendas à vista (US$ 571 milhões). A receita de juros somou US$ 6,2 bilhões.
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Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br