Em cerimônia realizada na manhã desta segunda-feira (13/03), o prefeito Rômulo Rippa inaugurou o novo Centro de Atendimento ao Turista (CAT 2) João Pegorin Sobrinho e fez a entrega da revitalização da praça Paschoal Salzano, ambos na Vila Maria e inseridos no Circuito da Cerâmica Artística e Decoração de Porto Ferreira.
Foram gastos R$ 565 mil na revitalização da praça, construção de uma cobertura metálica para ônibus, reforma dos sanitários já existentes e a construção no novo Centro de Atendimento ao Turista.
Parte dos recursos foi intermediada pelo vereador Ricardo Patroni (PSD) junto ao Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos), oriunda de uma emenda do deputado estadual Alex de Madureira (PSD), no valor de R$ 250 mil. Outra parcela dos recursos saiu dos cofres municipais.
Homenageados
Veja a seguir as biografias dos homenageados, que também constam de placas que foram afixadas no local:
João Pegorin Sobrinho – Centro de Atendimento ao Turista (CAT 2)
João Pegorin Sobrinho nasceu na cidade de São João da Boa Vista, em 5 de abril de 1941. Foi o oitavo filho, caçula, do casal de imigrantes italianos Luiz Pegorin e Maria Sossai.
Começou a trabalhar aos 9 anos de idade, apoiando os irmãos e o pai na função de retireiro. Nesta mesma época, iniciou sua alfabetização por meio da iniciativa do ensino primário na zona rural e com o apoio do primogênito da família, Domingos.
Com a intensificação do êxodo rural observado fortemente em todo o país naquele período, no início de sua juventude se muda para Porto Ferreira em busca de novas oportunidades. Recém-chegado na terra do balseiro, encontrou morada na Vila Daniel, mais precisamente na rua Francisco Inácio de Souza Almeida, junto com a mãe e os irmãos Pedro, Paulo e Eva.
Por 5 anos namorou aquela que se tornaria o grande amor de sua vida: Clarice Valentina Pereira Pegorin. Aos 27 anos, casaram-se e, juntos, tiveram os filhos Airton Aparecido Pereira Pegorin (in memoriam) e Alessandra Pereira Pegorin. Seus netos são João Carlos Alves Pinto, Luiz Gustavo Pereira Pegorin e Pedro Henrique Alves Pinto.
Em sua trajetória profissional, se destacou por volta dos anos 1960 na companhia de mineração em Descalvado, onde trabalhou por quase 10 anos, chegando a ocupar cargo de chefia. Nesta época, também esteve presente na construção da SP 201, a “Estrada da Cachoeira”.
Na década de 1970 inicia sua primeira empresa com serviços para terraplanagem, com o transporte de areia e pedra.
Já em 1982, com o apoio do irmão Pedro, funda em um pequeno barracão na avenida Vicente Zini a Cerâmica Pegorin, que viria a se tornar uma das mais sólidas empresas de cerâmica artística de Porto Ferreira.
Mais tarde, teria a presença do irmão Paulo para consolidar a sociedade dos três irmãos nesta empreitada. Por meio de sua liderança e empreendedorismo, estruturou toda a operação produtiva e comercial, vendo a Pegorin chegar, no início dos anos 2000, a mais de 50 colaboradores diretos, além de distribuir seus produtos para todo o Brasil. Se manteve ativo até os últimos dias de sua vida à frente da companhia, cultivando amor e admiração pela cerâmica e por todos aqueles que ajudaram a construir uma grande história de superação e dinamismo.
Participou ativamente da fundação do grupo Unicer (Cerâmicas Unicer), além de ter sido membro do Sindicato das Indústrias de Produtos Cerâmicos de Louça de Pó, de Pedra, Porcelana e da Louça de Barro de Porto Ferreira (Sindicer) desde a data de sua fundação, sendo forte entusiasta da união dos ceramistas na cidade.
O futebol foi uma de suas grandes paixões e tinha como ídolo o Rei Pelé. Brincava que não tinha um time do coração, mas vibrava como nunca ao assistir os jogos do Santos Futebol Clube. Ainda sobre o futebol, frequentemente contava que, não fosse pelo trabalho no campo, teria sido um excelente atacante. De fato, levava seu hobby aos finais de semana na adolescência a sério, chegando a jogar em dezenas de jogos da várzea são-joanense.
Mesmo sem diplomas e sem ter frequentado escolas e faculdade, João Pegorin sempre foi um “autodidata”, tendo, durante toda a sua vida, desenvolvido as mais variadas habilidades. Além de ser naturalmente reconhecido como um líder, dominava e aplicava os fundamentos de diversos ofícios do dia-a-dia: carpintaria, marcenaria, obras, pintura, mecânica automotiva, entre outros.
Reconhecido por toda a família e por todos aqueles que o conheceram como um ser humano íntegro, honesto, grande pai, marido, avô, amigo e um exemplo para muitos. De origem humilde, conquistou prosperidade em uma vida marcada pela garra, força de vontade e resiliência, sem nunca perder suas características mais marcantes: a simplicidade e a compaixão. Faleceu no dia 13 de janeiro de 2021, aos 79 anos, em Porto Ferreira, vítima da pandemia de covid-19.
Paschoal Salzano – Praça Paschoal Salzano,
Paschoal Salzano nasceu em 20 de dezembro de 1882, em Civita Del Sanio, região napolitana da Itália, filho de Felício Salzano e Maria Domenica.
Filho de agricultor e de industrial, teve toda a infância sem problemas. Mas sua boa situação econômica e social não lhe tirou o desejo de lutar e, ainda jovem, já possuía o espírito de desbravador e de conquistas. Assim, decidiu sair de sua terra em busca de novas aventuras. O destino foi o Brasil, onde seu pai já havia trabalhado.
O velho Felício havia ajudado na construção, em Porto Ferreira, das enormes paredes de pedra, ao lado da ponte metálica do rio Moji-Guaçu, onde atracavam as barcas, para transporte de mercadorias.
Paschoal viu realizar seu sonho quando chegou ao Brasil em 27 de fevereiro de 1898. Desembarcou em Santos (SP) e veio fixar residência em Campinas (SP), onde inicialmente trabalhou como tratador de animais de coche.
Ali mesmo, em Campinas, depois de algum tempo, ajudado por alguns patrícios, ingressou na Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Mais tarde, foi transferido para Rincão (SP) e com ajuda de seu feitor de turma, José Ventura, foi para Monjolinho, ramal de Ribeirão Bonito (SP).
Trabalhando como ajudante de pedreiro, graças à sua força de vontade, eficiência e constância, logo foi promovido a feitor da turma que trabalhava em toda a extensão da ferrovia.
Por volta de 1907 veio trabalhar em Porto Ferreira e aqui conheceu Ana Maria Libertucci, com quem casou-se logo depois. Passados alguns anos, saiu da Companhia Paulista e, convidado pelo seu diretor, Adalberto Pereira, passou a empreiteiro de obras na construção das casas residenciais para os funcionários da própria Companhia Paulista, nas cidades de Araras, Pirassununga e Santa Rita do Passa Quatro.
Em 1913, propôs ao prefeito Bento José de Carvalho a instalação da rede de águas da cidade. Nesse mesmo ano ingressou na política como vereador, exercendo o cargo de presidente da Câmara Municipal. Em 1916, Paschoal Salzano construiu e inaugurou os serviços de esgotos.
Em 19 de abril de 1921, com Jacob Mondim, Pedro Patire e João Procópio Sobrinho, cuida da instalação de uma fábrica de louças (hoje Cerâmica Porto Ferreira S/A), onde Paschoal foi sócio, guarda-livros, viajante e gerente.
Em 1951, por vontade de quase a totalidade de ferreirenses, foi candidato único a prefeito. Foram 1.045 votos contra 104.
Durante toda sua gestão cuidou principalmente da urbanização da parte nova da cidade: Vila Santa Maria, Vila Nova e Vila Sybilla, que foram traçadas e iniciadas em sua gestão. Conseguiu a instalação do Ginásio Estadual Washington Luiz, Escola Industrial, hoje EE Dr. Djalma Forjaz, e Casa Maternal Eucharis Fortes Salzano.
Durante seu governo foi inaugurada a praça que leva o seu nome, na Vila Maria. Nela consta um painel com uma pintura em azulejos, de 1952, que metade retrata a passagem bíblica de Moisés levando água ao povo. Na outra metade, Paschoal Salzano e um pedreiro, com a cidade ao fundo, uma vez que ele foi o responsável por instalar a água encanada no município. A praça também exibe um busto do então prefeito, uma homenagem do povo ferreirense, datada de 22 de abril de 1953.
Na década de 1990 um bairro da cidade também recebeu o nome de Jardim Paschoal Salzano.
Um dos fundadores da Corporação Musical Santa Cecília, Paschoal Salzano foi também músico e maestro. Em 1965, foi homenageado pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, recebendo honrarias pelos serviços prestados à empresa. Em 24 de Janeiro de 1968, foi agraciado com o título de Cidadão Ferreirense.
Paschoal Salzano e dona Maria tiveram os filhos Erlindo, médico, foi vice-governador do Estado de São Paulo (1951 a 1955); Ermídio, cirurgião dentista, foi professor catedrático da USP, Faculdade de Odontologia de Bauru; Alberto, foi chefe de Profilaxia de Malária do Estado de São Paulo; Wladimir, conhecido por Nenê, foi empresário, vereador e presidente da Câmara Municipal; Emilda foi professora; e Alcides era professor e agente do IBGE.
Ana Maria Libertucci Salzano, que dá nome à praça em frente à Rodoviária, faleceu em 10 de fevereiro de 1955 e Paschoal Salzano, com 88 anos de idade, faleceu em 13 de julho de 1971.
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Por Assessoria de Comunicação, Cerimonial e Eventos da Prefeitura de Porto Ferreira