O Brasil enfrenta uma grande mudança na sua estrutura etária: enquanto o envelhecimento avança de forma acelerada, o número de jovens despenca a menos da metade da população em uma década. Com isso, o país amarga a perda de uma janela de oportunidade por meio do que os economistas chamam de "bônus demográfico", quando o país tem mais pessoas com idade economicamente ativa em comparação à população inativa (idosos e crianças) e deve aproveitar esse período para potencializar seu crescimento econômico.
É o que revelam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Domicílios e Moradores, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.
Segundo o instituto, houve um alargamento do topo da pirâmide etária e um estreitamento da base na última década. Em 2012, metade da população (49,9%) tinha menos de 30 anos. Essa taxa caiu para 43,3% em 2022. Já o percentual de idosos (com 60 anos ou mais) subiu de 11,3% para 15,1% no mesmo período.
Para o pesquisador José Eustáquio Diniz Alves, professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence), ligada ao IBGE, os dados confirmam a tendência que tem sido observada nos últimos anos, de rápido envelhecimento da população.
O fenômeno tem a ver com a combinação entre a queda na natalidade e o aumento da longevidade. A população cresce mais lentamente, por causa da queda no número de nascimentos. Com isso, a proporção dos idosos na população aumenta – tanto por causa do baixo crescimento do total de habitantes quanto por causa do aumento absoluto no número de pessoas de idade avançada, já que as pessoas estão vivendo mais.
– Quando a fecundidade cai, reduz a base da pirâmide. Automaticamente, está aumentando o topo da pirâmide (a fatia dos mais idosos) – afirmou Diniz Alves.
Em termos regionais, a região Norte apresentou a maior concentração populacional nos grupos de idade mais jovens, ao passo que o Sudeste e o Sul registraram os maiores percentuais de idosos.
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