A ideia de que é necessário ter alguns programas que perpassam os governos, por serem programas de Estado, é central para o êxito das políticas industriais, mostra a história econômica tanto no caso dos países avançados europeus, dos Estados Unidos e do Japão, quanto na experiência dos emergentes bem sucedidos.
Um exemplo, no Brasil, destacado pelo economista Antônio Carlos Diegues, professor do Instituto de Economia da Unicamp, é o programa de financiamento à atualização produtiva e tecnológica e modernização das pequenas e médias empresas criado no atual governo, o Brasil mais Produtivo, que tem sido turbinado com a política industrial inaugurada em janeiro, no Nova Indústria Brasil.
“É um excelente programa. Só que os EUA tem isso há décadas. Precisa ser um programa permanente que ofereça treinamento, consultoria e crédito barato para as PMEs atualizarem seu parque produtivo, serem mais competitivas, poderem exportar e inovar mais, pagarem melhores salários e adotarem tecnologias mais modernas, que inclusive são mais eficientes em termos energéticos, reduzem a pegada de carbono, têm impacto nas questões climáticas. Esse é um programa que tem de existir e é preciso ter uma política fiscal que seja compatível com ele. E esses programas são muito baratos, na casa de 2 a 4 bilhões de reais por ano”, frisa Diegues.