Em um país onde milhões de brasileiros lutam para sobreviver com salários mínimos e serviços públicos precários, a notícia de que os conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TC-DF) aprovaram uma gratificação individual de R$ 780 mil soa como um deboche. A forma como o benefício foi concedido, em uma sessão de apenas 30 segundos, revela o desprezo desses servidores públicos pelo dinheiro do contribuinte e pela ética que deveria nortear suas ações.
A justificativa para o bônus, que consiste em um adicional de um terço sobre os salários, é ainda mais ultrajante: a decisão do plenário alega que o benefício concedido aos integrantes do Poder Judiciário também deve ser aplicado ao Tribunal de Contas, órgão auxiliar do Legislativo. Essa equiparação forçada revela a ânsia por privilégios e a falta de compromisso com a responsabilidade fiscal.
O Observatório Social, entidade que monitora os gastos públicos, agiu corretamente ao questionar a legalidade da gratificação na Justiça. A decisão da juíza Maria Silda Nunes de abrir prazo para que os conselheiros expliquem o benefício é um passo importante para responsabilizar esses agentes públicos e garantir que o dinheiro desviado retorne aos cofres públicos.
É inadmissível que, em um momento de crise econômica e social, os conselheiros do TC-DF se deem ao luxo de aprovar um bônus milionário para si mesmos. A sociedade brasileira não pode tolerar esse tipo de abuso, e é preciso que a Justiça seja implacável na defesa do interesse público.
A esperança é que a Justiça do Distrito Federal não se curve à pressão dos poderosos e faça valer a lei, anulando essa gratificação imoral e punindo os responsáveis por esse escândalo. A confiança da população nas instituições públicas depende da capacidade de seus membros de agirem com ética, responsabilidade e respeito ao dinheiro do contribuinte.
*Fonte: www.estadao.com.br – texto produzido com auxílio de IA