Há décadas, as quartas-feiras em frente ao Congresso argentino eram sinônimo de protestos pacíficos de aposentados em busca de seus direitos. No entanto, a recente onda de manifestações tomou um rumo alarmante, com confrontos violentos e um aumento significativo da repressão, revelando a crescente tensão social na Argentina.
A chegada de Javier Milei à presidência intensificou os protestos, que se tornaram palco de confrontos entre manifestantes e torcidas organizadas de futebol. A situação, que já resultou em centenas de detenções e feridos, expõe a fragilidade da situação dos aposentados, que se encontram entre os mais afetados pelas medidas econômicas do novo governo.
A realidade é que a aposentadoria mínima na Argentina atingiu o menor valor real dos últimos 20 anos, segundo dados da consultoria CP. A pensão, que já era insuficiente, diminuiu ainda mais em janeiro, agravando a situação de milhares de idosos que lutam para sobreviver com recursos cada vez mais escassos.
A situação é ainda mais crítica para aqueles que vivem na periferia de Buenos Aires, onde a desigualdade social se manifesta em sua forma mais cruel. A falta de acesso a serviços básicos e a crescente insegurança tornam a vida dos idosos ainda mais difícil.
Enquanto o governo Milei celebra o controle da inflação, a realidade para muitos argentinos é de fome, miséria e desespero. A promessa de um futuro melhor parece cada vez mais distante para aqueles que vivem na linha de frente da pobreza.
A história de Marcelina Yedro, uma aposentada que vive em Villa Azul, é um exemplo da luta diária de muitos idosos argentinos. Ela enfrenta o aumento dos preços dos alimentos e a dificuldade de acesso a serviços básicos.
A situação de Marcelina é compartilhada por milhares de aposentados que lutam para recompor suas aposentadorias e garantir o mínimo de dignidade em seus últimos anos de vida. A luta por seus direitos se intensifica a cada dia, em meio a um cenário de crescente incerteza e desigualdade social.
*Fonte: www1.folha.uol.com.br