Um crime ocorrido no final da tarde de domingo (18) reacendeu o debate sobre o preparo dos Guardas Civis Municipais (GCMs) para portar armas de fogo. Um agente da GCM de Suzano, que estava de folga, matou Francisco Faustino de Lima, 58 anos, após uma discussão banal no trânsito. O caso, registrado como homicídio, expõe a gravidade de profissionais de segurança pública agirem de forma descontrolada e violenta.
O crime aconteceu na Avenida Francisco Marengo, enquanto Francisco e sua esposa, Maria do Socorro, se dirigiam a uma missa. Segundo relatos, o motorista teria acionado a seta para desviar de um buraco quando o GCM, em uma motocicleta, começou a xingá-lo e ameaçá-lo.
"Foi uma discussão besta. Ele encostou a moto na porta do carro do meu marido e disse: 'Vou atirar'. Meu marido respondeu: 'Atira'. E ele atirou", contou Maria, ainda em choque. A vítima foi atingida com disparos na boca e no peito, morrendo ainda no local, mesmo com o cinto de segurança afivelado.
Despreparo e Impulsividade – o caso chocou familiares e levantou questionamentos sobre a capacitação dos GCMs para lidar com situações de conflito. Luís Fernando, enteado de Francisco, foi enfático:
"Ele é totalmente despreparado. Não tinha necessidade de executar o cara. Meu padrasto era uma pessoa exemplar, um homem de bem. Como um agente que deveria proteger a população age com tanta violência por uma discussão de trânsito?"
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o GCM foi preso em flagrante e sua arma foi apreendida para perícia. O agente confessou o crime, afirmando que atirou após ser "fechado" no trânsito – versão contestada pela família da vítima, que garante não ter havido fechamento.
Debate Sobre Porte de Arma por GCMs – Especialistas em segurança pública alertam que casos como esse evidenciam a necessidade de avaliações psicológicas mais rigorosas e treinamento contínuo para agentes municipais armados.
Armar um profissional sem o devido preparo emocional e técnico é um risco. Situações cotidianas, como um desentendimento no trânsito, não podem terminar em morte. Isso mostra uma falha grave na seleção e na fiscalização desses agentes.
A Prefeitura de Suzano e a GCM ainda não se pronunciaram sobre possíveis medidas disciplinares ou mudanças nos protocolos de porte de arma. Enquanto isso, a família de Francisco clama por justiça.
*Fonte: www1.folha.uol.com.br