O governo de São Paulo lançou ontem, terça-feira (20) o SuperAção SP, um novo programa de inclusão social que pretende romper o ciclo de pobreza de 35 mil famílias nos próximos dois anos.
Embora o projeto reúna esforços de nove secretarias e tenha investimento inicial de R$ 500 milhões, ele chegará a uma parcela extremamente reduzida da população vulnerável do estado: apenas cerca de 1,5 % das mais de 1,5 milhão de famílias em situação de vulnerabilidade social*.
A ação, conduzida pela Secretaria de Desenvolvimento Social, sob liderança da economista Andrezza Rosalém, terá dois percursos principais: o Proteção Social, voltado a famílias com barreiras severas à inclusão produtiva, e o Superação da Pobreza, direcionado a núcleos com maior potencial de inserção no mercado de trabalho.
Apesar de dizer que a proposta ambiciosa (sic) e da promessa de um atendimento individualizado por agentes treinados, o alcance inicial levanta questionamentos. São Paulo tem hoje 3,2 milhões de famílias registradas no CadÚnico, das quais 2,5 milhões recebem o Bolsa Família.
Segundo dados do próprio governo estadual, mais de 1,5 milhão dessas famílias estão em condição de alta vulnerabilidade social — e apenas 35 mil delas participarão da fase inicial do percurso de superação. Entidades ligadas aos direitos sociais têm apontado que o impacto real será limitado se o programa não for ampliado com urgência.
O restante das famílias selecionadas, cerca de 70 mil, será encaminhado para o percurso de Proteção Social, voltado ao suporte emergencial, como transferências mensais de pouco mais de R$ 150. Já o grupo de 35 mil participantes do percurso de Superação poderá receber, ao longo de dois anos, pouco mais de R$ 10 mil em incentivos e ajudas de custo, atingindo uma média mensal de pouco mais de R$ 400,00.
*SEADE www.seade.gov.br e SEDS www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br
**Fonte: valor.globo.com –