Há semanas, a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) trava a votação de um projeto de lei que criaria a Carteira de Identificação Estudantil do Estado de São Paulo (CIESP), garantindo sua emissão gratuita.
A justificativa da legenda: proteger o financiamento de entidades estudantis tradicionalmente alinhadas à esquerda, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), que têm na venda das carteirinhas sua principal fonte de receita.
Apresentado pelo deputado Tenente Coimbra (PL), o projeto busca democratizar o acesso ao documento que garante meia-entrada em eventos culturais, ao permitir que ele seja emitido gratuitamente, preferencialmente em formato digital, pela Secretaria Estadual da Educação.
A proposta não impede que UNE e outras entidades continuem a vender seus documentos, como já previsto em lei federal, mas dá ao estudante a liberdade de escolha — algo que, paradoxalmente, tem sido combatido pelo PT.
A movimentação do partido é vista por muitos como uma atitude corporativista, que coloca os interesses financeiros de entidades aliadas acima do benefício direto à população estudantil. A UNE, por exemplo, cobra R$ 45 pela carteirinha e admite emitir cerca de 150 mil documentos por ano, dos quais apenas 25 mil são gratuitos. Isso garante uma arrecadação estimada em mais de R$ 5,6 milhões anuais, recurso que, segundo críticos, nem sempre é revertido em ações em prol dos estudantes, mas usado para manter a estrutura de organizações politizadas.
De um lado, está a proposta de um Estado mais eficiente e justo, que zela pelo bolso do cidadão. Do outro, a resistência de uma bancada que, ao invés de pensar na economia dos estudantes, age para manter o financiamento de entidades politicamente alinhadas.
*Fonte: www.estadao.com.br – e uso de IA para texto e imagem