Cracolândia some do mapa, mas não do problema: usuários são dispersos pela cidade e Grande São Paulo

Na última semana, quem passou pela Rua dos Protestantes, no centro de São Paulo, se deparou com um cenário atípico: o conhecido “ponto da Cracolândia” estava vazio. A ausência dos usuários de drogas — antes concentrados ali — foi celebrada por autoridades como uma vitória. Mas o sumiço não significou solução. Pelo contrário: a dependência química se dispersou pelo centro expandido e municípios vizinhos, enquanto a repressão policial, segundo relatos, se intensificou.

Para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o governo “desarticulou a estrutura criminosa” por trás do fluxo de usuários, fechando bares, hotéis e ferros-velhos usados pelo tráfico. A gestão municipal segue o mesmo discurso. “Estamos vencendo essa guerra”, escreveu nas redes o vice-prefeito Coronel Mello Araújo (PL-SP).

Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), surpreendido pelas cenas de esvaziamento, foi mais cauteloso: “Não dá pra dizer que o problema está resolvido.”

Enquanto isso, na prática, o que se vê é o problema se espalhando. “A Cracolândia, como espaço físico, acabou. Mas a população usuária apenas desapareceu dali. Muitos estão circulando, sem destino, sem abrigo. 

"A ordem é se espalhar" 

Um vídeo exclusivo mostra o desabafo de Wagner Tavares, usuário há 15 anos da Cracolândia. Ele conta que o Estado determinou que os usuários não podem mais permanecer fixos em nenhum ponto. “Ficou pior do que cachorro. Estamos andando 24 horas por dia. Não pode parar, não pode sentar. Se para, apanha.”

Voluntários, como a enfermeira Fabiana Remédio, denunciam :

Eles estão só enxugando gelo. Se antes havia um ponto, agora são dezenas, espalhados pela Santa Cecília, Barra Funda, Marechal, metrô. A cidade está virando uma Cracolândia fragmentada”, afirma.

Dados oficiais x realidade nas ruas – a prefeitura divulgou aumento de 47% nas abordagens de saúde entre janeiro e abril deste ano, e crescimento nos encaminhamentos a centros de tratamento. No entanto, não informa quais são os locais de acolhimento nem o destino de quem deixou a Rua dos Protestantes. As abordagens socioassistenciais, por sua vez, caíram 35% no mesmo período.

Segundo o painel do Programa Redenção, a quantidade de usuários atendidos nos CAPS AD aumentou, mas o número de leitos e acolhimentos especializados permanece insuficiente frente à nova demanda espalhada.

A pergunta que não cala – apesar do discurso oficial de “missão cumprida”, a nova geografia da Cracolândia escancara uma verdade inconveniente: ela não acabou. Apenas se dispersou. Espalhada entre bairros e municípios vizinhos, sob vigilância constante e pressão policial, essa população segue sem destino claro, sem tratamento efetivo e sem resposta transparente do poder público.

Veja mais sobre o assunto acessando esse link

*Fonte: ultimosegundo.ig.com.br – Texto e imagem produzido com auxílio de IA

 

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