Argentina com austeridade amarga: custo social do ajuste fiscal promovido por Milei está muito alto

Divulgado em 08/05/2025 - 16:00 por portoferreirahoje*

Os ajustes econômicos implementados pelo presidente argentino Javier Milei, desde janeiro de 2024, têm um custo social significativo, afetando principalmente os setores mais vulneráveis da população. Aqui estão os grupos que estão arcando com os impactos dessas medidas:

1. Aposentados e Pensionistas


  • Os benefícios previdenciários foram atualizados abaixo da inflação, resultando em uma perda de poder aquisitivo de *21%* . 

  • Cerca de *25,3% do ajuste fiscal* foi suportado por cortes em aposentadorias e pensões . 

2. Funcionários Públicos


  • Mais de 30 mil contratos no setor público* foram cortados entre dezembro de 2023 e outubro de 2024, gerando desemprego e redução de serviços estatais . 

  • Salários de professores universitários e outros servidores foram reduzidos, levando a protestos . 

 3. Beneficiários de Programas Sociais


  • Os gastos com programas sociais caíram 45,6%*, com cortes drásticos em auxílios alimentares (-18%) e bolsas estudantis (-64%) . 

  • Apesar do aumento no AUH (benefício universal por filho), ele representa apenas 15% dos programas sociais*, insuficiente para compensar os cortes em outras áreas . 

4. Trabalhadores Informais e Pobres


  •  A pobreza subiu de *40% para 52,9%* em um ano, afetando mais de *14 milhões de pessoas* . 

  •  O consumo caiu *20%*, refletindo a deterioração do poder de compra, especialmente entre os informais, que não têm negociação coletiva para recuperar renda . 

 5. Províncias e Serviços Públicos


  • As transferências federais para províncias foram reduzidas em *76%*, limitando investimentos em saúde, educação e infraestrutura local . 

  • Subsídios a energia e transporte foram cortados, elevando tarifas e pressionando ainda mais o orçamento familiar . 

Enquanto o governo celebra a redução da inflação e o superávit fiscal, o custo social recai sobre *aposentados, trabalhadores públicos, beneficiários de auxílios e a população pobre*, ampliando a desigualdade. Analistas alertam que, sem mecanismos de redistribuição, a recuperação econômica pode ser desigual e insustentável no longo prazo .

*Fontes: www.bbc.com - oglobo.globo.com - auditoriacidada.org.br