Cerâmica Porto Ferreira S/A abandona ex-funcionários e deixa rastro de sofrimento

A outrora pujante Cerâmica Porto Ferreira S/A, tradicional indústria que operou por mais de nove décadas no município de Porto Ferreira(SP), encerrou suas atividades em julho de 2023, deixando uma amarga herança para seus ex-funcionários.

Cerca de 250 trabalhadores, que dedicaram anos de suas vidas à empresa, hoje amargam a falta de pagamento de seus direitos trabalhistas, enfrentando graves dificuldades financeiras e até mesmo problemas de saúde decorrentes da situação.

Relatos de ex-funcionários revelam um cenário de descaso que se arrastava há anos. Segundo eles, os salários já eram pagos com atraso por mais de um ano antes do fechamento, e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não era depositado desde 2017. A situação se agravou com o encerramento das atividades, deixando um vácuo financeiro e de esperança para centenas de famílias.

A advogada Fernanda Quaglio Castilho, que representa cerca de 30 ex-funcionários, aponta para a profunda preocupação com o futuro, especialmente em relação à aposentadoria.

"Muitos tiveram que adquirir novas formas de segurado, como a gente fala, né? Ou prestador de serviço e tornando contribuinte individual, abrindo uma MEI, para que pudessem se aposentar", explica a advogada.

A apreensão dos trabalhadores aumentou recentemente com a movimentação de caminhões retirando máquinas e equipamentos da fábrica. O advogado Sérgio Fabrício Ament, que também atua no caso, pretende entrar com um mandado de segurança para garantir que esses bens permaneçam na cidade e possam servir como garantia para a indenização trabalhista.

"A ideia é a gente garantir que esses bens fiquem aqui dentro para, assim que for finalizar esse processo de recuperação judicial e uma falência e uma atual uma próxima ação de execução, eles sejam leiloados penhorados leiloados e que paguem os direitos dos trabalhadores", afirma Ament.

A situação dos ex-funcionários da Cerâmica Porto Ferreira expõe uma grave falha de responsabilidade por parte da empresa, seus proprietários e diretores, que parecem ignorar o impacto devastador de suas ações na vida de centenas de trabalhadores e suas famílias.

A busca por justiça na esfera judicial é o último recurso para aqueles que dedicaram anos de trabalho a uma empresa que, ao final, virou as costas para seus compromissos, deixando um rastro de dificuldades financeiras, incertezas e sofrimento em Porto Ferreira. 

Veja reportagem da EPTV acessando esse link

*Fonte: g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/