A partir desta terça-feira, 1º de julho, tarifas sobem até 10,71% em trechos estratégicos; aumento impacta fortemente transportadores e encarece ainda mais o custo de vida no estado
As tarifas de pedágio das rodovias paulistas sofrerão um novo aumento a partir desta terça-feira, dia 1º de julho. A decisão, autorizada pelo Governo do Estado de São Paulo por meio da Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte), reacende o debate sobre o elevado custo de circulação no estado mais rico do país — e ao mesmo tempo, um dos mais caros para se trafegar por rodovias concedidas à iniciativa privada.
De acordo com publicação no Diário Oficial, o reajuste médio será de 5,32%, com base na variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulada entre junho de 2024 e maio de 2025. No entanto, ao analisar os novos valores divulgados para trechos importantes que conectam o interior à capital paulista, o aumento ultrapassa essa média, chegando a até 10,71% em certos pontos.
Com tarifas que já figuram entre as mais caras do mundo quando comparadas ao poder aquisitivo da população e ao custo por quilômetro rodado, o novo reajuste impõe um fardo ainda maior aos motoristas — sobretudo aos transportadores de carga. Empresas do setor relatam crescente dificuldade em repassar os aumentos aos fretes, comprometendo a lucratividade e colocando em risco a sustentabilidade financeira de transportadoras de pequeno e médio porte.
A Artesp justificou os reajustes acima da média com base em cláusulas contratuais dos editais de concessão, bem como em medidas cautelares aplicadas pela Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado (SPI), que visariam “mitigar desequilíbrios econômico-financeiros em sete trechos concedidos”.
No entanto, para usuários e especialistas em mobilidade, o argumento reforça uma velha crítica: os contratos favorecem os interesses das concessionárias, enquanto penalizam a população e a economia produtiva. O novo aumento deve intensificar o custo logístico no estado, encarecendo ainda mais bens de consumo, alimentos e combustíveis.
O impacto será sentido tanto por quem depende da malha rodoviária para trabalhar quanto por consumidores finais, que devem pagar a conta no supermercado, no transporte e nos serviços — mesmo que nunca passem por uma praça de pedágio.
*Fonte: Artesp