Na capital paulista a zona sul vira “Condado Chinês” com crescente presença de escritórios de gigantes asiáticas

Empresas de tecnologia e veículos elétricos impulsionam expansão e transformam economia local com chegada de expatriados e novos negócios

São Paulo testemunha uma marcante transformação em sua paisagem corporativa, com a zona sul da cidade emergindo como um polo de atração para grandes empresas chinesas. O EZ Towers, na Avenida Dr. Chucri Zaidan, é um símbolo dessa tendência: dos 22 andares ocupados, 10 abrigam grupos chineses como Huawei, Hisense e GWM, exemplificando a concentração de companhias do país asiático que tem levado a região a ser apelidada de “condado chinês”.

A expansão é notável. Foram identificadas pelo menos 44 multinacionais chinesas com escritórios nas áreas de Itaim Bibi, Vila Olímpia, Brooklin e Cidade Monções. Impressionantemente, um terço delas se instalou após 2021, marcando a chegada de gigantes da tecnologia e de veículos elétricos, como as montadoras BYD e GAC, a trader de commodities Cofco, a companhia elétrica State Grid, a marca de celulares Oppo e a empresa de logística J&T Express.

Historicamente, as primeiras grandes empresas chinesas a se aventurarem no Brasil, nos anos 1990, optaram pela Avenida Paulista e suas adjacências, no Paraíso. Essa região ainda mantém mais de uma dezena de escritórios, incluindo o do Bank of China e o da Didi (dona da 99). No entanto, a maioria dessas empresas tem migrado para a zona sul, consolidando a nova área como o epicentro dos negócios chineses na capital paulista.

A chegada dessas empresas traz consigo uma significativa presença de expatriados. Os escritórios globais chineses mantêm, em média, 20% de funcionários “importados”. Essa influxo de profissionais chineses não só reforça o dinamismo econômico da região, mas também impulsiona setores adjacentes.

Um exemplo claro é a gastronomia. Em uma área do Brooklin que abrange aproximadamente seis quadras, surgiu um vibrante polo de restaurantes especializados em culinária chinesa. Essa tendência começou há cerca de sete anos, em 2018, quando Renato Yang, ex-cozinheiro da Huawei, e sua esposa, Rita Yang, identificaram a demanda crescente por sabores asiáticos entre seus compatriotas insatisfeitos com a culinária local. Eles abriram o Lanzhou, batizado com o nome de sua cidade natal. Por quase cinco anos, o Lanzhou foi pioneiro, mas a chegada de dezenas de empresas após a pandemia fez florescer a concorrência, criando um verdadeiro polo gastronômico.

Outro setor que celebra a expansão chinesa é o mercado imobiliário. Corretores na Chucri Zaidan, Chácara Santo Antônio e Cidade Monções relatam um “boom” na procura por apartamentos por parte dos expatriados. Estima-se que eles já representem 1 em cada 5 vendas na região. Uma exigência comum é a proximidade do imóvel com o escritório, um reflexo da ausência de trabalho remoto nessas empresas e da busca por fugir do trânsito intenso de São Paulo, além da percepção de uma oferta deficiente de transporte público.

A crescente presença chinesa na zona sul de São Paulo não é apenas um fenômeno corporativo; é uma transformação multifacetada que reconfigura a economia local, os hábitos de consumo e até mesmo a paisagem urbana, consolidando a região como um hub estratégico para os investimentos e a cultura chinesa no Brasil.

*Fonte: www1.folha.uol.com.br/

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