A principal queixa não é a gratuidade em si, mas sim a percepção de uma frota reduzida e um tempo de espera que chega a ser o dobro em comparação com os dias úteis
A implementação da tarifa zero no transporte público de São Carlos aos fins de semana e feriados, em maio deste ano, prometia incentivar a mobilidade urbana. No entanto, o que deveria ser um alívio tem se transformado em dor de cabeça para muitos usuários, especialmente aqueles que dependem do ônibus para trabalhar nesses dias.
A principal queixa não é a gratuidade em si, mas sim a percepção de uma frota reduzida e um tempo de espera que chega a ser o dobro em comparação com os dias úteis, resultando em atrasos e ônibus superlotados.
Enquanto a Secretaria de Mobilidade Urbana de São Carlos afirma que não houve redução de linhas ou veículos após a tarifa zero, mantendo a mesma operação, os passageiros contam uma história diferente. As reclamações sobre a dificuldade de deslocamento, tanto na ida quanto na volta do trabalho, são crescentes. “Voltar para casa também é um problema, muitas vezes o tempo de espera chega a ser duas vezes maior em comparação com os dias de semana”, desabafa um usuário que trabalha aos sábados e domingos.
A prefeitura justifica que a operação do transporte público se divide em três formatos — dias úteis, sábados e domingos/feriados — devido à diferença na demanda de usuários.
Contudo, essa lógica não parece satisfazer quem precisa do serviço com regularidade, independentemente do dia da semana. Os atrasos e a lotação também são motivos de incômodo, e os passageiros cobram melhorias e mais atenção da prefeitura para garantir o funcionamento adequado do sistema em todos os períodos.
A Secretaria de Mobilidade Urbana informou que está monitorando os atrasos junto à empresa para entender se são problemas crônicos de algumas linhas ou resultam de questões pontuais no trânsito.
Para os trabalhadores de fim de semana, porém, a tarifa zero perde o sentido se a gratuidade vem acompanhada de um serviço precário, que compromete a pontualidade e o conforto. A expectativa é que a prefeitura reavalie a operação para que o programa de mobilidade urbana realmente beneficie a todos, sem deixar ninguém na espera.
*Fonte: g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/