Segundo o MP, o pedido de prisão é uma das ações urgentes que o órgão pediu à Justiça pra proteger os moradores do agressor.
O Ministério Público de SP pediu, nesta segunda-feira (14/07), a prisão preventiva de Alípio João Júnior, fazendeiro que tem ameaçado moradores do condomínio onde mora, em Ribeirão Preto (SP). Segundo o MP, o pedido de prisão é uma das ações urgentes que o órgão pediu à Justiça pra proteger os moradores do agressor.
Entenda o caso – áudios chocantes obtidos pela EPTV revelam a cultura de ódio, preconceito e intolerância de Alípio João Júnior, um fazendeiro de 58 anos, que mora em um condomínio no Centro de Ribeirão Preto. Nas gravações, o fazendeiro faz ameaças explícitas de morte e violência contra vizinhos e o síndico do prédio, chegando a mencionar o uso de dinamite e pistoleiros.
Alípio João Júnior já havia sido preso em junho deste ano por efetuar disparos com uma arma de pressão contra um funcionário de um shopping, ficando detido preventivamente antes de ter a prisão revogada em 25 de junho. A mais recente ocorrência foi registrada na última quinta-feira (10), quando um morador do prédio em que reside fez um Boletim de Ocorrência por ameaças.
Ameaças explícitas e preconceito – os áudios revelam a escalada da agressividade do fazendeiro. Em uma das mensagens, Alípio ameaça explodir o apartamento de um vizinho por conta do barulho de uma criança. “Se ele der uma batida hoje, eu vou explodir o apartamento dele. Se você der parte de mim, eu mando matar sua filha. Você tem filha viu. Você tem mulher. Cuida da tua família. Eu vou explodir duas dinamites lá. Prova que fui eu!”, diz ele.
As ameaças se estendem ao síndico do prédio. “Se você não mandar a multa que me mandou para ele, em 30 dias eu mando queimar você, com a tua filha dentro do seu carro. E eu não sei quem vai matar tua filha. Não sei nem a cor. Não tem como você proteger ela”, profere Alípio. Ele ainda afirma que colocaria pistoleiros no condomínio: “Moço, eu atirei num policial. Fiquei dois meses preso. Num policial. Ou você tira eles daqui, ou ponho três pistoleiros aqui dentro para morar aqui comigo”.
O fazendeiro também faz menção aos disparos no shopping e se gaba de sua impunidade e influência: “Problema é problema igual eu tenho. Nego me roubando fazenda, gado. Eu tendo que matar gente, atirando em gente no meio de shopping. Isso é problema. Eu tomo conta de seis fazendas. Meus seis funcionários matam pra mim. E eu vou provocar vocês até vocês me agredir. A hora que vocês me agredir, eu mato vocês”.
Em outra mensagem direcionada ao síndico, Alípio João Júnior exalta sua riqueza e poder: “Eu tenho dinheiro. Eu mando fazer. Profissional da polícia. Você tem? Eu sou fazendeiro do Pará. Eu mato gente desde do dia que você nasceu. Eu sou assim com a polícia. Polícia Civil, Polícia Federal, juiz aposentado. Você baixou aqui no meu apartamento com 30 homens. Vocês quase foram presos”.
Por fim, o fazendeiro demonstra preconceito com outro morador, referindo-se a ele como “favelado”. “Vai defender esse favelado lá da favela de onde você veio. Esse favelado. O que esse cara está fazendo aqui? Eu estourando uma dinamite por dia, eu respondo ação? Respondo. Lesão corporal leve”, conclui.
A defesa de Alípio João Júnior não foi encontrada para comentar as acusações contidas nos áudios. A reportagem continua acompanhando o caso para mais atualizações.
