Prevenção promove qualidade de vida às famílias multiespécies, sustentabilidade ao setor e colabora com a saúde pública
Prevenir é melhor do que remediar – o sábio ditado popular aplica-se também à saúde animal e segue mais verdadeiro do que nunca. Em um cenário em que os pets vivem mais e fazem parte do núcleo familiar, crescem as demandas por bem-estar e longevidade, e a medicina veterinária preventiva emerge como pilar estratégico não apenas para responsáveis (tutores) e profissionais, mas para todo o ecossistema de saúde.
Ao antecipar doenças e promover hábitos mais saudáveis para os animais de estimação, a prevenção reduz custos, melhora resultados terapêuticos e fortalece o vínculo entre responsáveis e médicos-veterinários. Mais do que uma tendência, trata-se de uma necessidade alinhada também ao conceito de Saúde Única (One Health), que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental.
O que é medicina veterinária preventiva? Consultas veterinárias regulares, exames de rotina, monitoramento da saúde bucal, acompanhamento nutricional, vacinação e vermifugação com protocolos personalizados, controle de parasitas, avaliação de comportamento, orientações sobre atividade física e enriquecimento ambiental, além de suporte ao envelhecimento saudável, são algumas das práticas que compõem a medicina veterinária preventiva.
Essa rotina contribui para a identificação precoce de condições de saúde que muitas vezes não apresentam sintomas evidentes, como insuficiência renal, distúrbios endócrinos, obesidade, alterações oculares, doenças cardíacas e articulares. O diagnóstico antecipado possibilita intervenções mais eficazes, com menores impactos à saúde e melhor qualidade de vida para os pacientes.
Além disso, práticas preventivas personalizadas, como a medicina baseada em genética, exames de rastreio de comorbidades, fisioterapia preventiva e de suporte e técnicas integrativas já são realidade em muitos hospitais e clínicas veterinárias brasileiras, promovendo saúde integral e individualizada para cada pet.
Doenças não diagnosticadas ou falta de tratamento adequado podem contribuir para alterações no comportamento, como agressividade, ansiedade e depressão, afetando a qualidade de vida do pet e a relação com seus responsáveis e com outros animais.
Para os responsáveis, a medicina preventiva também traz benefícios emocionais. Saber que seu animal está saudável e bem cuidado reduz a ansiedade e o estresse associados a problemas de saúde, a uma possível perda precoce do pet e a gastos não previstos.
Embora essencial, a medicina veterinária preventiva ainda encontra barreiras em responsáveis que não compreendem que um check-up regular custa muito menos do que tratar uma doença avançada — e pode ser a diferença entre meses de sofrimento e uma vida saudável e ativa.
A medicina veterinária preventiva também desempenha papel educativo e prático na saúde pública e ambiental. O controle de parasitas, a vacinação e o uso racional de antimicrobianos não apenas protegem os animais, mas evitam a propagação de zoonoses e colaboram no combate à resistência antimicrobiana — um dos maiores desafios globais em saúde atualmente.
A medicina veterinária preventiva não é apenas uma ferramenta de cuidado: ela é uma estratégia ética, econômica e técnica para garantir mais anos de vida saudável aos pets, mais tranquilidade aos responsáveis e mais relevância para o profissional veterinário. Prevenir é, cada vez mais, a melhor forma de cuidar.
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