Decisão inclui familiares e aliados na Corte e ocorre após lobby de Eduardo Bolsonaro; governo Trump acusa Moraes de “censura” e “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro
O governo Donald Trump anunciou ontem, sexta-feira (18/07), a proibição da entrada nos Estados Unidos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de familiares e aliados na Corte.

A decisão drástica marca uma escalada sem precedentes na tensão entre Washington e Brasília e segue meses de articulação nos bastidores liderada pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vem pressionando o governo americano por retaliações contra Moraes.
O anúncio foi feito pelo secretário de Estado, Marco Rubio, em publicação nas redes sociais. “Ordenei a revogação de visto para Moraes e seus aliados na corte, assim como para familiares diretos, imediatamente“, declarou Rubio. Segundo ele, o STF estaria conduzindo uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ferindo direitos fundamentais de brasileiros — e até mesmo de cidadãos norte-americanos.
Embora Rubio não tenha citado os demais ministros nominalmente, fontes envolvidas nas discussões afirmaram que a medida atinge também nomes como o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o delegado da Polícia Federal Fábio Schor, e ministros do STF.
A decisão foi celebrada por Eduardo Bolsonaro, que vive nos EUA desde março. “Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também. Tem muito mais por vir!”, escreveu em sua rede social.
A ordem de Trump vem no mesmo dia em que Jair Bolsonaro se tornou alvo de uma nova ação da Polícia Federal por supostamente tentar articular medidas no exterior contra instituições brasileiras, o que ele nega. O ex-presidente foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de se aproximar de embaixadas e consulados estrangeiros.
Fontes: Folha de S Paulo, CNN Brasil e Estadão