O caso veio à tona após a Operação “Bingo”, deflagrada em outubro de 2022,
A Justiça condenou seis pessoas por integrarem uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro obtido por tráfico de drogas e jogos de azar.
Entre os métodos utilizados estavam empresas de fachada, “laranjas” e até a realização de bingos beneficentes em nome da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sertãozinho (SP).
Os principais condenados são o empresário Paulo Eduardo Pignata, apontado como um dos líderes do esquema e sentenciado a 20 anos de prisão; sua ex-mulher, Simone Martinussi Pignata, condenada a 15 anos por administrar recursos ilícitos; e Samuel da Silva, considerado articulador do crime e penalizado com 10 anos de detenção.
Além da lavagem de dinheiro, os réus foram punidos por organização criminosa e falsidade ideológica, já que fraudaram um pedido judicial para realizar um bingo beneficente, ocultando sua real finalidade. Paulo e Samuel também terão que pagar R$ 500 mil em indenização por danos morais coletivos à Apae. A Justiça ainda determinou o bloqueio e perda de bens dos envolvidos.
O caso veio à tona após a Operação “Bingo”, deflagrada em outubro de 2022, quando Simone foi presa em um apartamento de luxo em Ribeirão Preto (SP) com R$ 300 mil em espécie (incluindo dólares e euros). Paulo Pignata foi capturado em um condomínio de alto padrão no mesmo município.
Investigadores apuraram que, desde 2018, o grupo movimentava dinheiro ilícito por meio de depósitos em empresas fantasmas, contas de laranjas e saques fracionados para evitar suspeitas. A estratégia mais audaciosa, porém, foi a utilização de bingos beneficentes supostamente em apoio à Apae.
Os criminosos conseguiram um alvará judicial para o “Bingo Sertão”, mas, após a autorização, alteraram as regras do evento para desviar recursos. A Justiça considerou a ação uma grave manipulação de instituições filantrópicas e aplicou penas exemplares, incluindo a perda de patrimônio dos condenados.
A decisão reforça o combate a crimes financeiros que se aproveitam de causas sociais para ocultar atividades ilegais.
Fonte: G1 Ribeirão Preto