Utilizada tanto na fitoterapia tradicional quanto em pesquisas modernas, essa planta traz benefícios, principalmente, pela ação de compostos antioxidantes, anti-inflamatórios e hepatoprotetores.
A nêspera (Eriobotrya japonica) é uma fruta de origem asiática que, além do sabor agradável, destaca-se por uma variedade de propriedades medicinais comprovadas. Utilizada tanto na fitoterapia tradicional quanto em pesquisas modernas, essa planta traz benefícios, principalmente, pela ação de compostos antioxidantes, anti-inflamatórios e hepatoprotetores.
Estudos recentes reforçam o uso tradicional da nêspera ao revelar que diferentes partes da planta — folhas, frutos e sementes — concentram compostos bioativos relevantes. A seguir, são detalhadas as principais propriedades terapêuticas com respaldo em literatura acadêmica, métodos de preparo caseiros e recomendações de uso de acordo com evidências científicas.
O poder antioxidante da nêspera é atribuído à presença de flavonoides, ácidos fenólicos e carotenoides. Tais compostos atuam neutralizando radicais livres, protegendo células do estresse oxidativo e retardando o envelhecimento celular. Essa característica é destacada no artigo de Liu e Chen, que investigaram a atividade antioxidante de extratos da fruta.
Além disso, estudos realizados na China vêm analisando a relação entre antioxidantes presentes na fruta e a redução do risco de doenças neurodegenerativas, reforçando o reconhecimento internacional dos efeitos protetores da nêspera.
A atividade anti-inflamatória das folhas da nêspera é explicada pela presença de compostos triterpênicos, como o ácido ursólico e ácido oleanólico. Essas substâncias ajudam a modular a produção de mediadores inflamatórios, contribuindo para a diminuição de dores crônicas e inflamações articulares, conforme estudo publicado por Oliveira e Reis em revista fitoterápica.
A capacidade hepatoprotetora está entre os benefícios mais documentados da nêspera. Estudos apontam que o consumo regular do fruto ou infusão das folhas auxilia na renovação de células hepáticas, protegendo o fígado contra toxinas. Os mecanismos envolvem a atuação sinérgica dos polifenóis e da vitamina E presentes na composição, conforme detalhado por Wang e Zhang em publicação internacional.
Vale acrescentar que pesquisas recentes em Tóquio mostraram que a nêspera pode colaborar na recuperação de pacientes com lesões hepáticas causadas por medicamentos, sugerindo um papel adicional nos protocolos de apoio ao tratamento hepático.
Além dos efeitos destacados, a nêspera também demonstra propriedades antibacterianas e capacidade de auxiliar no controle do diabetes devido à presença de polissacarídeos e saponinas em suas folhas.
Para uso caseiro, a infusão das folhas secas é uma prática popular, sendo recomendada:
- Infusão de 2 a 3 gramas de folhas secas por xícara de água, tomada até duas vezes ao dia.
- O fruto fresco pode ser consumido ao natural ou em preparos culinários.
- Atenção especial deve ser dada à dose e à procedência do material vegetal, preferindo sempre fontes confiáveis.
É importante ressaltar a necessidade de acompanhamento profissional para uso recorrente, devido à potência dos princípios ativos naturais, conforme preconiza Matos em seu manual de farmacognosia.
No Brasil, algumas instituições de pesquisa, como a Embrapa, estudam variedades de nêspera adaptadas ao clima nacional, com foco em segurança e potencial fitoterápico.
Quais as conclusões das evidências sobre a nêspera?
- Extratos da nêspera concentram antioxidantes capazes de neutralizar radicais livres, como demonstrado em estudos de Liu e Chen (2018).
- Folhas e frutos exibem ação anti-inflamatória relevante, com respaldo em pesquisas de Oliveira e colaboradores (2020).
- O efeito hepatoprotetor é validado por experimentos recentes que mostram a regeneração de células hepáticas, segundo Wang e Zhang (2017).
Referências bibliográficas
- LIU, S.; CHEN, S. Antioxidant activity of Eriobotrya japonica fruit extracts. Food Chemistry, v. 246, p. 128-134, 2018.
- MATOS, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 7. ed. Fortaleza: Editora UFC, 2009.
- OLIVEIRA, M. A.; REIS, R. A. Evidências científicas do efeito anti-inflamatório da nêspera. Revista Brasileira de Fitoterapia, v. 19, n. 2, p. 215-223, 2020.
- WANG, X.; ZHANG, Y. Hepatoprotective effects of Loquat (Eriobotrya japonica) extracts. Journal of Ethnopharmacology, v. 204, p. 21-28, 2017.
Fonte: Correio Brasiliense