Campolongo que atuava para um chefe de gabinete do órgão estadual ligado a Secretaria de Desenvolvimento Urbano de SP, afirmou em depoimento que sua intenção era “mobilizar pessoas para mudar o país
A polícia de São Paulo prendeu preventivamente na noite da última terça-feira (22/07) Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, sob a acusação de ser responsável por diversos ataques a ônibus na região metropolitana de São Paulo.
Em depoimento a agentes do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de São Bernardo do Campo, Campolongo confessou os crimes e alegou motivação política, afirmando que sua intenção era “mobilizar pessoas para mudar o país”.
Grandes cidades do estado de São Paulo têm enfrentado uma onda de vandalismo contra ônibus. Somente na capital paulista, a SPTrans registra mais de 500 coletivos depredados desde junho, embora a polícia não confirme o número exato. A prisão de Campolongo, formalmente indiciado por 17 ataques, ocorre em meio a essa escalada de violência.
Em seu perfil no Facebook, o suspeito, que trabalha há um ano para um chefe de gabinete da CDHU sob a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), possuía diversas postagens com críticas às decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de sua confissão e da suposta motivação política, Campolongo negou ser filiado a partido ou organização política e disse estar arrependido dos atos.
As autoridades policiais, no entanto, agem com cautela para não propagar a motivação política do suspeito, a fim de evitar o “efeito manada” e que outros indivíduos sejam motivados a aderir às depredações.
Desde o início da onda de ataques em junho, 22 suspeitos foram detidos, e a maioria não apresentou motivações claras, reforçando a tese de que esses seriam “lobos solitários” imitando ações vistas no noticiário.
A investigação revelou que Campolongo chegou a usar o carro da CDHU para praticar parte dos ataques. O veículo foi peça-chave para sua identificação, sendo localizado em diversas cenas dos crimes por meio de imagens de monitoramento.
Diligências foram realizadas na residência e no local de trabalho do suspeito, onde a polícia encontrou estilingues munidos com pequenas esferas metálicas em seu armário. Em um dos ataques, em São Bernardo do Campo, Campolongo teria utilizado um artefato semelhante a um coquetel molotov, que não resultou em incêndio e aguarda perícia para confirmar seu potencial incendiário.
Fonte: RD REPORTER DIÁRIO