Governadores dos partidos do “Centrão” acusaram o atual governo de ser irresponsável, e que o tarifaço e fruto da política externa de Lula de trocar o mercado estadunidense pelos mercados asiáticos e Rússia
A poucos dias da entrada em vigor das novas tarifas de importação dos Estados Unidos contra produtos brasileiros, governadores de oposição, ligados ao “Centrão” criticaram duramente, neste sábado (26/07), a atuação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em evento promovido pela XP, em São Paulo, os governadores Tarcísio de Freitas do Republicanos (SP), Ronaldo Caiado do União Brasil (GO) e Ratinho Júnior do PSD (PR) acusaram o Palácio do Planalto de negligência e despreparo diante do chamado “tarifaço” de 50% anunciado por Donald Trump, com início previsto para 1º de agosto.
“É um governo que demonstra que não sabe onde quer chegar“, afirmou Ratinho Jr., destacando que o Brasil se vitimiza ao invés de adotar uma postura pragmática, como fizeram outros países também afetados pelas políticas protecionistas de Trump, como China, Índia e Canadá.
Tarcísio de Freitas demonstrou preocupação com o impacto das tarifas nas exportações paulistas, especialmente da indústria da laranja. “Estamos conversando com parlamentares e empresas americanas que possam se sensibilizar. O Brasil está sendo usado como palco de disputa política“, afirmou o governador de São Paulo.
Já Caiado acusou diretamente o governo federal de “irresponsabilidade” e disse que os governadores não foram consultados sobre a estratégia diplomática adotada. “Lula destruiu o Itamaraty e não mandou ninguém competente para negociar. Estamos pagando o preço“, declarou.
Os governadores também criticaram as falas do governo sobre desdolarização do comércio internacional. Para Ratinho Jr., esse tipo de posicionamento só dificulta o diálogo com os Estados Unidos: “É uma falta de inteligência”.
Governadores ligados ao “Centrão” acusaram o atual governo Lula de ser irresponsável afirmando que o tarifaço é fruto da política externa do Brasil de trocar o mercado estadunidense pelos mercados asiáticos e Rússia.

Os governadores não citaram em nenhum momento, que Trump colocou as tarifas a partir da exigência de acabar com o processo contra Jair Bolsonaro, em relação atentativa de golpe, esse fracassado. Além disso, não comentaram as falas dos filhos de Bolsonaro, os quais afirmam que as tarifas não irão acontecer, desde que seu pai esteja livre para disputar as eleições presidencias do Brasil em 2026.
A crise comercial se intensifica em um momento de instabilidade diplomática entre os dois países, com risco real para setores estratégicos da economia brasileira. A expectativa agora recai sobre possíveis avanços ou recuos antes da data limite imposta por Trump.