Leão XIV alerta para mortes por desnutrição, enquanto Israel anuncia pausas humanitárias de 10 horas diárias.
Em um apelo dramático durante o Angelus deste domingo (27), o Papa Leão XIV condenou a crise humanitária em Gaza, onde civis estão sendo “esmagados pela fome” devido ao bloqueio de ajuda e aos combates contínuos. O pontífice exigiu um cessar-fogo imediato, a libertação de reféns e o respeito ao direito internacional humanitário, em meio a relatos de que 127 pessoas, incluindo 85 crianças, já morreram de desnutrição desde o início da guerra.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou que dezenas de moradores sucumbiram à falta de alimentos e água potável nas últimas semanas. Organizações humanitárias alertam que os 2,2 milhões de habitantes do território enfrentam fome generalizada, com a ONU criticando a insuficiência de rotas seguras para a distribuição de auxílio.
Neste domingo, Israel anunciou que interromperia operações militares por 10 horas diárias em partes de Gaza e permitiria a entrada de mais ajuda. No entanto, a medida foi vista com ceticismo por agências de assistência, que afirmam que o acesso ainda é limitado e burocrático.
Enquanto Israel culpa o Hamas pelo sofrimento da população, alegando que o grupo desvia recursos destinados aos civis, a comunidade internacional pressiona por mais corredores humanitários. O governo israelense cortou totalmente o fluxo de ajuda em março, reabrindo-o parcialmente em maio, mas com novas restrições que, segundo a ONU, dificultam a entrega efetiva de suprimentos.
O Papa Leão XIV destacou que “a guerra nunca é solução” e pediu “negociações urgentes” para evitar mais mortes. Seu apelo ecoa preocupações globais sobre o colapso sanitário e alimentar em Gaza, onde hospitais já funcionam sem energia e medicamentos.
Apesar das pausas temporárias, analistas alertam que a situação pode piorar sem um acordo duradouro. Enquanto isso, a pressão diplomática aumenta, com a União Europeia e os EUA divididos entre apoio a Israel e críticas ao custo humanitário da guerra.
“O mundo não pode fechar os olhos enquanto crianças morrem de fome”, disse o Papa, em uma mensagem que ressoou além das fronteiras do Vaticano. Agora, a questão é se as palavras do pontífice — e os alertas das Nações Unidas — serão suficientes para mudar o curso de um conflito que já dura meses.
Fonte: CNN Brasil