O tarifaço é o começo, que só termina quando Donald Trump alcançar seu objetivo: instalar no Brasil um governo que sirva aos seus interesses, seja por meio de eleição, seja por golpe.
A decisão do ex-presidente dos EUA Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, condicionadas ao fim do julgamento de Jair Bolsonaro e à desregulamentação das big techs — desencadeou uma crise diplomática histórica entre os dois países.
A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, foi classificada pelo cientista político Christian Lynch como o maior ataque à soberania brasileira desde os ataques nazistas a navios mercantes do Brasil em 1942.
O professor da UERJ e coautor de “O Populismo Reacionário: Ascensão e Legado do Bolsonarismo” (2022) analisou as implicações da medida, que vai além de uma disputa comercial: “Trump quer submeter o Brasil a seus interesses, seja por eleição ou golpe”, afirmou.
Lynch explicou que o movimento Make America Great Again (MAGA) não reflete uma decadência real dos EUA, mas sim o desconforto de setores conservadores com a perda de privilégios em um mundo multipolar.
Sobre o alinhamento entre Trump e Bolsonaro, Lynch ponderou que, embora o ex-presidente brasileiro seja “o reflexo” do trumpismo no país, interesses podem levar a mudanças de apoio. “Se Bolsonaro virar um fardo, Trump pode trocá-lo por outro aliado da extrema direita”, disse, citando nomes como Tarcísio de Freitas.
Fonte: Deutsche Welle – DW