O deputado federal diz que ambos ficam agradando a elite financeira em detrimento exigência de anistia para Jair Bolsonaro, comportando-se como traíras das causas bolsonaristas
Em mais um capítulo da disputa interna pelos votos dos bolsonaristas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou suas críticas contra dois governadores de peso ligados “ao Centrão ou Direitão” : os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Júnior (PSD-PR). Ambos participaram no último sábado (26) de um evento promovido pela XP Investimentos, em São Paulo, onde evitaram vincular o ex-presidente Jair Bolsonaro aos impactos das tarifas anunciadas por Donald Trump contra produtos brasileiros.
Tarcísio, ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro e considerado por muitos o herdeiro natural de seu eleitorado, alertou para os danos econômicos que a medida dos Estados Unidos poderá trazer a São Paulo, destacando um “efeito maléfico” para as empresas brasileiras caso a tarifa de 50% sobre importações seja implementada.
A fala de Tarcísio irritou Eduardo Bolsonaro, que no domingo (27) usou as redes sociais para ironizar o discurso. A tensão entre Eduardo e Tarcísio não é nova. Mesmo após uma tentativa de reaproximação intermediada por Jair Bolsonaro, o filho do ex-presidente vem mantendo críticas públicas ao governador paulista.
O governador do Paraná, Ratinho Júnior, também foi alvo de Eduardo Bolsonaro. Durante o mesmo evento, Ratinho afirmou que “o Bolsonaro não é mais importante do que a relação do Brasil com os Estados Unidos”, ao comentar as motivações de Trump para impor tarifas ao Brasil.
A declaração foi imediatamente rebatida por Eduardo Bolsonaro, que acusou Ratinho de ignorar fatos importantes. “Trump postou diversas vezes citando Bolsonaro, fez uma carta onde falou de Bolsonaro, fez declarações para a imprensa defendendo nominalmente o fim da perseguição a Bolsonaro e seus apoiadores”, afirmou o deputado federal, em postagem acompanhada de trechos da carta de Trump.
“Desculpe-me governador, @ratinho_jr, mas ignorar estes fatos não vai solucionar o problema, vai apenas prolongá-lo ao custo do sofrimento de vários brasileiros”, concluiu Eduardo.
Enquanto isso, a base bolsonarista observa, com crescente tensão, as rachaduras internas que podem comprometer a união do campo conservador no próximo pleito.
Fonte: Estadão