Pré-candidato à Presidência, governador de Minas critica submissão ideológica do Brasil e defende entrada na OCDE, projeto paralisado pelo governo federal atual
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), alçou o tom das críticas à política externa conduzida pelo governo Lula e defendeu, com contundência, a saída do Brasil do BRICS. A proposta de Zema, já pré-candidato à Presidência da República em 2026, ganha força num momento de crescente desconfiança sobre os rumos internacionais adotados pela gestão lulista.
Zema publicou um artigo incisivo no qual questiona as “companhias” do Brasil em termos diplomáticos. “Diga-me com quem andas, e te direi quem és”, escreveu o governador, ao criticar o alinhamento do país a nações como China, Índia, Rússia e África do Sul, todas com históricos de violações a direitos humanos e governos centralizadores.
Para o político mineiro, o bloco dos BRICS perdeu sua razão de existir como um canal efetivo de desenvolvimento e cooperação, transformando-se numa “ferramenta útil apenas para um grupo de líderes autoritários que gostam de sinalizar sua oposição ao mundo ocidental”.
Além das considerações políticas, Zema argumenta que o alinhamento do Brasil com os BRICS tem gerado prejuízos econômicos concretos, como as recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos, maior potência econômica mundial, em retaliação ao flerte do bloco com alternativas ao dólar.
Segundo ele, a tentativa de criar sistemas de pagamento que rivalizem com a moeda americana foi um “desafio gratuito aos EUA”, com impacto direto nas exportações brasileiras.
Zema defende que o Brasil volte a mirar um destino mais coerente com seus valores históricos, culturais e institucionais. Para ele, o caminho mais natural seria o ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que reúne as economias mais desenvolvidas e estáveis do mundo.
O Brasil, inclusive, já havia recebido o aval para iniciar o processo de entrada na OCDE em 2022, durante o governo anterior, iniciativa amplamente reconhecida como estratégica para o crescimento sustentável e o fortalecimento institucional.
No entanto, com a volta de Lula ao poder, a aproximação foi abruptamente interrompida. “O governo Lula preferiu resgatar o BRICS e abandonar a OCDE, deixando de lado os compromissos com a transparência, governança moderna e ambiente favorável a investimentos”, critica o governador.
Enquanto o atual governo busca se aproximar dos países membros do BRICS, Zema propõe uma reorientação que fortaleça a imagem do Brasil como uma democracia sólida, confiável e competitiva. Para o governador, a hora é de reafirmar a identidade nacional e de posicionar o Brasil ao lado das nações que compartilham os mesmos valores e abandonar os BRICS
Fonte: Metrópoles e Folha de S Paulo – Texto e charge produzidos com auxílio de IA