Os governadores querem os votos de Bolsonaro, mas querem ser atrelados ao bolsonarismo
Neste domingo, 3 de agosto de 2025, os atos bolsonaristas realizados em todo Brasil, com destaque para as capitais São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Goiânia e Rio de Janeiro, ocorreram sem a presença dos governadores de direita mais alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o que gerou reações entre aliados e repercussões políticas
Governadores ausentes e justificativas oficiais:
- Tarcísio de Freitas (SP, Republicanos): Não compareceu devido a um procedimento médico agendado para este domingo e cumprirá apenas atividades internas a partir da segunda-feira, dia 4 de agosto.
- Ronaldo Caiado (GO, União Brasil): Alegou compromissos prévios e afirmou que este não era o momento adequado para manifestações, destacando a importância de preservar diálogo com o governo americano diante do tarifaço que impactou a economia estadual.
- Ratinho Júnior (PR, PSD): Estava em viagem pelo interior do Paraná e justificou ausência por questões logísticas.
- Romeu Zema (MG, Novo): Não se manifestou publicamente, mas fontes próximas indicam que não tinha intenção de participar do ato, pois seu estado está sendo muito afetado pelo tarifaço de Trump sobre o café brasileiro.
Repercussão – A decisão dos governadores de não comparecer aos protestos pegou mal entre setores do bolsonarismo. Aliados criticam os mandatários por buscarem os votos da base conservadora em 2026, mas evitarem a manifestação como forma de pressão pública. Os governadores querem os votos de Bolsonaro, mas querem ser atrelados ao bolsonarismo.
O movimento de distanciamento ocorre em meio a um cenário de intensa polarização política e desacordo sobre como lidar com medidas conservadoras e tensões diplomáticas causadas pelo “tarifaço” dos Estados Unidos, que impacta exportações brasileiras afetando economias dos estados governados pela quadra de direta SP, MG, PR e GO.
Atos anteriores – Em abril de 2025, os quatro governadores participaram juntos de idêntica manifestação na Avenida Paulista em defesa de anistia a condenados por atos golpistas de janeiro de 2023, ao lado de Bolsonaro e outros aliados. Em junho, apenas Tarcísio e Zema estiveram presentes. Desta vez, a ausência de todos os quatro reforça uma guinada estratégica.
Motivações – Todos os quatro governadores são frequentemente citados como nomes fortes para a corrida presidencial de 2026. A postura cautelosa sugere um mistura de oportunismo e pragmatismo eleitoral.