O professor doutor pela USP se tornou referência nacional na crítica à concentração de terras e deixou um legado acadêmico e militante
Faleceum ontem, sábado (02/08), o geógrafo e professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira, que passou a infância e adolescência em Porto Ferreira, época em que era carinhosamente chamado de “Tomatinho”.

Ariovaldo se tornou um dos maiores especialistas em geografia agrária do Brasil, com uma trajetória marcada pela defesa intransigente da reforma agrária e pelo combate à grilagem de terras.
A causa da morte não foi divulgada, mas a partida do intelectual já mobiliza homenagens de movimentos sociais, colegas acadêmicos e políticos. A deputada estadual do ES Iriny Lopes lamentou a perda, destacando sua influência: “Solidariedade aos familiares e a todos que tiveram a sorte de aprender com seus ensinamentos”.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também se manifestou, lembrando que Ariovaldo formou “centenas de geógrafas e geógrafos comprometidos com a luta pela terra”.
Ariovaldo deixou Porto Ferreira para estudar Geografia na Universidade de São Paulo (USP), onde se tornou mestre, doutor e, posteriormente, professor titular. Sua produção acadêmica, incluindo livros como “A Mundialização da Agricultura Brasileira“ e “A Grilagem de Terras na Formação Territorial Brasileira” tornou-se referência para entender os conflitos no campo e a expansão do capitalismo sobre territórios tradicionais.
Com um estilo crítico e militante, ele foi parceiro intelectual de nomes como Carlos Walter Porto Gonçalves e atuou como pesquisador sênior do CNPq e da CAPES. Suas análises sobre a Amazônia, o agronegócio e a violência fundiária ecoaram além das universidades, influenciando políticas públicas e movimentos sociais.

Velorio será realizado nesta segunda-feira, 04 de agosto, na capital paulista, a partir das 11h e sepultamento agendado para às 17h.
Fontes: Redes Sociais e amigos