Presidente do PSD se solidariza com ex-presidente, mas não nega tentativa de golpe nem critica Moraes; bastidores apontam que ele articula para enfraquecer Bolsonaro e lançar Tarcísio à Presidência
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, manifestou sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em tom cauteloso, Kassab afirmou se solidarizar com Bolsonaro e lamentou a medida, mas manteve uma postura ambígua ao não negar as acusações de tentativa de golpe que pesam contra o ex-presidente.
Kassab não fez críticas diretas ao ministro Moraes e preferiu não comentar os motivos que levaram à decisão judicial. Limitou-se a dizer que “há exageros dos dois lados”, sem esclarecer quais seriam esses “lados”, o que reforça a percepção de dubiedade e oportunismo político.
Secretário de Governo de São Paulo na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), Kassab vem sendo apontado como uma das figuras centrais na articulação para minar a candidatura de Bolsonaro à Presidência em 2026.

Ao lado do ex-presidente Michel Temer, ele trabalha nos bastidores para pavimentar o caminho de Tarcísio como alternativa viável à direita, o que abriria espaço para que Kassab dispute o governo paulista na sucessão estadual.
A reação calculada de Kassab diante da prisão de Bolsonaro reflete seu perfil tradicional no jogo político do chamado “Centrão”: evitar posturas definitivas, colocar os pés em várias canoas, não ter compromisso ideológico e de planos de governo, pensa somente em se posicionar de forma a preservar seu capital político para futuros arranjos de poder.
Fonte: Poder 360 – Estadão – Folha de S. Paulo – charge produzida com auxílio de IA