O parlamentar também declarou que pretende pressionar o Congresso Nacional a aprovar uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira (6), em entrevista ao jornal O Globo, que continuará nos Estados Unidos em articulações por sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e seus familiares.
O parlamentar também declarou que pretende pressionar o Congresso Nacional a aprovar uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e para os acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Eduardo, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse que há possibilidade de estender sua permanência nos Estados Unidos, onde afirma manter visitas frequentes à Casa Branca e diálogo com congressistas norte-americanos como María Elvira Salazar, Richard McCormick e Chris Smith, além do ex-estrategista de Donald Trump, Steve Bannon.
Questionado sobre os impactos econômicos negativos gerados pela tensão diplomática, que já afeta exportações brasileiras, o deputado culpou Alexandre de Moraes e voltou a insistir que a anistia aos réus dos atos golpistas fortaleceria a posição do Brasil em negociações com o governo dos EUA. “Isso colocaria o Brasil numa boa condição na mesa de negociações junto ao governo dos EUA”, afirmou.
Apesar de possível prejuízo ao agronegócio brasileiro, o parlamentar disse que ainda não recebeu reclamações do setor. “Até agora nenhum fazendeiro ou produtor agrícola me ligou para dizer que eu deveria parar com as minhas ações”, declarou.
Eduardo também fez novas ameaças a autoridades brasileiras, ao afirmar que figuras como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) “entram no radar das autoridades americanas” caso não pautem o impeachment de Moraes ou a proposta de anistia aos condenados. “As pessoas que estão em posição de poder têm responsabilidades e estão sendo observadas pelas autoridades americanas. Todos eles estão no radar.”
O deputado evitou dizer se pretende interceder diretamente com o presidente americano Joe Biden, alegando que sua principal referência política no país ainda é Donald Trump.
“Não me sinto na posição de desautorizar o Trump. Entendo que ele é muito mais qualificado do que eu para escolher quais armas utilizar nessa briga”, disse.
Sobre seu futuro político, Eduardo não descartou disputar a Presidência da República em 2026, mas condicionou uma eventual candidatura ao apoio do pai e ao êxito de sua agenda internacional contra Moraes.
“Antes, tenho que ter sucesso nessa questão de resgate da normalidade democrática no Brasil e no isolamento do Alexandre de Moraes, na anistia, em todas essas pautas”, concluiu.
Fonte: O Globo e Estadão