Paulo Figueiredo Neto é investigado nos EUA por esquema ligado a Trump e fraudes bilionárias

Justiça americana investiga fraude e suspeita de especulação com sanções contra o Brasil praticada pelo neto do ex-presidente militar João Batista Figueiredo (1979/1985)

O influenciador digital Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente e último ditador militar brasileiro João Batista Figueiredo, está sendo investigado pelo sistema de justiça dos Estados Unidos por participação em um esquema financeiro fraudulento com ramificações políticas. A apuração envolve a suspeita de uso de informações privilegiadas para especulação no mercado e tem como centro uma transferência de 140 mil dólares feita à empresa de Figueiredo na Flórida por uma companhia de fachada ligada ao magnata chinês Miles Guo — condenado por lavagem de dinheiro, fraude e organização criminosa nos EUA.

Segundo documentos obtidos pela Agência Pública e pela revista norte-americana Mother Jones, a transferência foi classificada como fraudulenta pela Justiça americana e faz parte de um processo em andamento desde fevereiro de 2024 no Tribunal de Falências do Distrito de Connecticut. A empresa beneficiada, International Treasure Group, foi registrada por Figueiredo na Flórida em 2017. A origem do dinheiro é a HCHK Technologies Inc., uma das empresas de fachada controladas por Guo, também conhecido como Guo Wengui ou Miles Kwok.

O processo aponta que a transferência teria como objetivo dificultar ou fraudar credores de Guo, num esquema que movimentou mais de US$ 1 bilhão desviados de seguidores e investidores. Embora não acuse diretamente Figueiredo de participação ativa na fraude, o caso levanta suspeitas sobre o papel do influenciador brasileiro em uma rede de influência e negócios envolvendo Donald Trump, Steve Bannon e a extrema direita global.

Ativo na campanha de sanções ao Brasil – refugiado nos Estados Unidos desde que passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, Paulo Figueiredo tornou-se parceiro próximo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) em ações contra o sistema democrático brasileiro. Ambos aparecem em vídeos publicados nas redes sociais celebrando medidas do ex-presidente Donald Trump contra o Brasil e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

As suspeitas sobre o possível envolvimento de Figueiredo em especulação com sanções cresceram após uma atípica movimentação bilionária no mercado financeiro, registrada no dia 9 de julho de 2024, momentos antes do anúncio do “tarifaço” de Trump contra importações brasileiras. Estima-se que entre 3 e 4 bilhões de dólares foram movimentados em operações concentradas em cerca de uma hora, resultando em lucros vultosos para os envolvidos.

O maior negócio ocorreu às 11h38, intermediado pelo BTG Pactual, com quase 10 mil contratos e mais de R$ 2,7 bilhões negociados. Segundo o Instituto Conhecimento Liberta (ICL), essas transações estão sob investigação por uso de informação privilegiada — uma prática ilegal nos EUA.

Uma semana depois do anúncio das tarifas, Figueiredo apareceu em frente à Casa Branca ao lado de Eduardo Bolsonaro, declarando que o movimento de Trump era o “início de uma jornada tenebrosa para o Brasil”. Em podcast, defendeu a medida como “correta” e agradeceu pessoalmente a Trump. As sanções foram formalizadas no fim de julho, incluindo Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky, usada para punir violadores de direitos humanos — em uma controversa tentativa de pressão internacional sobre o Judiciário brasileiro.

Laços com criminosos– Miles Guo, o empresário chinês por trás da transferência investigada, é conhecido por seu apoio à extrema-direita americana, tendo financiado projetos de Steve Bannon, ex-estrategista de Trump e aliado da família Bolsonaro. Ele também é apontado como o controlador da rede social Gettr, plataforma que ganhou notoriedade no Brasil por disseminar desinformação bolsonarista e virou alvo da Polícia Federal no inquérito das milícias digitais.

Guo está detido desde março de 2023, acusado de aplicar golpes milionários em seus seguidores. Parte desse dinheiro teria sido usado para bancar uma vida de luxo nos Estados Unidos e manter uma rede de influência política e midiática. Um dos seus empreendimentos incluía um suposto “governo paralelo” ao Partido Comunista Chinês, fundado em parceria com Bannon.

Passado nebuloso – o envolvimento de Paulo Figueiredo em negócios suspeitos não é inédito. Em 2013, ele se associou à Trump Organization para a construção do Trump Hotel no Rio de Janeiro, projeto que acabou abandonado pelo grupo de Trump em meio a uma investigação da Polícia Federal. Em 2019, Figueiredo foi preso nos EUA no âmbito da operação Circus Máximus, que investigava propinas em contratos do BRB, banco estatal de Brasília, em projetos como o hotel, hoje renomeado e endividado.

Agora, com o novo processo correndo à sua revelia na Justiça dos EUA, Paulo Figueiredo se vê mais uma vez no centro de um escândalo internacional, com potencial para respingar nas articulações da extrema direita brasileira e no entorno de Jair Bolsonaro.

Fonte: www.extraclasse.org.br

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