Governo de Donald Trump e aliados próximos de Jair Bolsonaro intensificaram ações contra o Supremo brasileiro com sancões truculentas e ameaçadoras ao ministro Alexandre de Moraes
Em julho de 2025, a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou uma ofensiva pública e administrativa contra magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiros que supervisionam os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, em particular o ministro Alexandre de Moraes.
A campanha do governo americano combinou um aumento de tarifas sobre importações brasileiras, anunciado por Trump como resposta ao que chamou de “caça as bruxas” contra Bolsonaro, com sanções do Departamento do Tesouro contra Moraes e medidas de restrição de vistos.
O Tesouro dos EUA, por meio de comunicado assinado pelo secretário Scott Bessent, justificou as sanções afirmando que Moraes “autoriza detenções arbitrárias, censura e processamentos politizados”, acusações que os EUA dizem fundamentar-se em violações de direitos e abuso de autoridade. O anúncio formal de sanções contra o ministro foi publicado pela própria secretaria do Tesouro.
No plano político, figuras do entorno de Bolsonaro, em especial seu filho Eduardo Bolsonaro, têm feito lobby direto em Washington por medidas punitivas contra o Brasil e também sobre magistrados brasileiros, incluindo uso da chamada “Magnitsky list” como forma de pressão dos EUA para “parar” os processos que atingem o ex-presidente.
Eduardo Bolsonaro tem afirmado constantemente que tem articulado com autoridades estadunidaenses e aliados do “MAGA” (make america great again) a adoção de sanções e outras medidas para pressionar o Judiciário brasileiro.
Paralelamente, no Congresso e em setores bolsonaristas do Brasil, surgiram iniciativas e pedidos de impeachment ou de afastamento de Alexandre de Moraes, medidas com sentido político interno, mas que ganharam tração ao serem alimentadas pela retórica e ações vindas de Washington.
A combinação de pressão externa, com sanções e tarifas contra o Brasil e mobilização interna, ocupação e chantagem contra a presidência da Câmara Federal, além de pedidos anistia para os condenados dos atos de janeiro de 2023 e impeachment do ministro Alexandre de Moraes, faz do Congresso brasileiro um palco de “república das bananas”.
Analistas internacionais e publicações estrangeiras relevantes como The Economist, The Guardian e Financial Times, têm descrito a estratégia americana como sem precedentes, a aplicação de ferramentas como a lei Magnitsky e tarifas comerciais para influenciar um processo judicial estrangeiro.
O que está em jogo, não é apenas a liberdade política de Jair Bolsonaro, mas também o calendário eleitoral de 2026: tornar o ex-presidente apto a concorrer implicaria anular ou suspender decisões judiciais que hoje o impedem.
Esse plano formalizado nos EUA, por aliados de Jair Bolsonaro com apoio do alto escalão do atual governo estadunidense, para “impeachment” de Moraes, com ações comerciais e política de Washington contra os Brasil, estão sendo interpretadas pelos aliados de Bolsonaro como parte de uma estratégia destinada a forçar mudanças no contexto jurídico-político brasileiro que favoreçam o retorno do ex-presidente à disputa eleitoral
Fontes: Reuters, Politico, The Guardian, Financial Times, Departamento do Tesouro dos EUA.