O atual governador de GO Ronaldo Caiado minimiza atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA e culpa Lula por crise com Trump
Em entrevista ao UOL News, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), desdenhou da influência do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, atribuindo as tensões às declarações e políticas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é investigado por supostamente articular, desde março, pedidos de sanções contra autoridades brasileiras nos EUA, incluindo tentativas de aproximação com aliados do ex-presidente Donald Trump. No entanto, Caiado descartou que o deputado tenha peso para desencadear uma crise internacional.
“Imagina bem, Ronaldo Caiado presidente da República e um deputado sendo mais eficiente do que o presidente, do que o meu Itamaraty, do que toda estrutura federal de um governo? Por favor, que balança é essa?”, questionou.
O governador, que é pré-candidato à Presidência em 2026, afirmou que a postura do governo Lula em relação aos EUA – como as críticas ao “imperialismo” e a busca por desdolarização , seria a verdadeira causa do desgaste com Trump.
“Se o Lula, presidente da República, não consegue falar com um chefe de Estado com a estatura que tem o presidente dos EUA, esse homem deve pedir demissão. Ele não está preparado para ser presidente”, disparou.
Além disso, Caiado reafirmou que, se eleito, anistiará todos os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram e depredaram os Três Poderes em Brasília. A medida beneficiaria inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de investigações por suposta instigação aos protestos.
Caiado descarta desistência – questionado sobre possíveis alianças na centro-direita para 2026, Caiado previu um primeiro turno fragmentado, com “três a quatro candidatos” do campo, mas afirmou que não abrirá mão de sua candidatura.
A declaração sugere que o governador não pretende ceder espaço a nomes como o do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ou do próprio Jair Bolsonaro, caso este dispute a eleição.
As falas de Caiado devem acirrar os ânimos no campo bolsonarista, que já enfrenta divisões internas. Enquanto Eduardo Bolsonaro busca consolidar-se como interlocutor da direita nos EUA, o governador de Goiás tenta se projetar como alternativa moderada, apostando na “pacificação” como bandeira, ainda que polêmica, devido à defesa da anistia aos atos antidemocráticos de 2023.
Fonte: Uol News