Donaldo Trump ataca o “Mais Médicos”: sanções contra Padilha expõem perseguição política e ignorância sobre saúde pública

Programa “Mais Médicos” tornou-se alvo de perseguição internacional, não por falhas técnicas ou humanitárias, mas por pressões políticas ligadas ao bolsonarismo no exterior.

Em mais um episódio que escancara a escalada de hostilidade do governo Donald Trump contra o Brasil, os Estados Unidos revogaram os vistos da esposa e da filha do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O ato atinge até uma criança de dez anos, sem qualquer justificativa plausível.

A medida foi anunciada apenas dois dias após a Casa Branca revogar vistos de dois brasileiros ligados à criação do Mais Médicos, programa implementado em 2013 para levar profissionais de saúde a regiões periféricas e remotas, onde a ausência de atendimento médico era uma ferida aberta no sistema público.

O Mais Médicos, à época, contou com a participação de profissionais cubanos, algo que desagradou parte da classe médica brasileira, mas que garantiu presença de médicos em comunidades até então esquecidas pelo Estado. Padilha, que era ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff quando o programa foi lançado, lembra que os cubanos já atuavam em dezenas de países, inclusive na Europa.

No atual governo Lula, mais de 90% dos 28 mil médicos participantes do “Mais Médico” são brasileiros. O programa é reconhecido como o maior esforço de provimento médico do mundo, com 28 mil profissionais alocados em áreas vulneráveis. Ainda assim, tornou-se alvo de perseguição internacional, não por falhas técnicas ou humanitárias, mas por pressões políticas ligadas ao bolsonarismo no exterior.

As sanções revelam um paradoxo gritante: os Estados Unidos ignoram dezenas de países que seguem recebendo médicos cubanos, mas punem o Brasil, onde a parceria com Havana já nem existe. A seletividade evidencia que não se trata de uma política de Estado, mas de uma interferência política mesquinha e ideológica.

O episódio soma-se à recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e às sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, acusado pelo governo Trump de perseguição política contra Jair Bolsonaro.

Ao mirar o Mais Médicos e a família de Padilha, o que está em jogo não é a defesa da democracia ou dos direitos humanos, mas o uso da diplomacia americana como instrumento de vingança política e de deslegitimação de um programa que salvou vidas.

No fim, quem sai desmoralizado não é o Brasil, mas um governo estrangeiro que, em vez de reconhecer um exemplo mundial de inclusão em saúde, prefere transformar a medicina em arma de retaliação.

Por Marco Antônio Mourão

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