Proprietário rural, que tinha autorização do IBAMA, foi flagrado com dezenas de aves silvestres sem identificação; multa ambiental chega a R$ 25 mil
A Polícia Militar Ambiental prendeu em flagrante, na manhã deste sábado (23), um criador amador de aves acusado de tráfico de animais silvestres e adulteração de selo público. A ação, batizada de “Operação Impacto/Força Total”, foi deflagrada após uma denúncia anônima e resultou na apreensão de diversas aves nativas mantidas irregularmente em cativeiro em uma propriedade rural do município.
A equipe, composta pelo 2º Sargento Rubem, Soldado Claudino, Cabo Costa e Soldado Gatti, encontrou no local uma série de gaiolas de madeira abrigando mais de 30 aves de espécies variadas. Durante a vistoria, os policiais identificaram que a grande maioria dos animais não possuía a anilha de identificação obrigatória, um dos principais instrumentos de controle para criadores autorizados.
Entre as aves apreendidas estavam 12 trinca-ferros (6 sem anilha), 7 canários-da-terra (5 sem anilha), um papagaio-verdadeiro, um bicudo, um xexéu, pássaro-preto, coleirinhas, bigodinhos, tiziu, tico-tico e um azulão. A investigação no local revelou ainda que duas anilhas presentes apresentavam indícios claros de adulteração.
Questionado pelos policiais, o proprietário assumiu ter realizado as alterações nos selos oficiais. Uma consulta ao sistema do IBAMA (Sispass) mostrou uma grave divergência: a lista oficial do criador amador, que era autorizado pelo órgão ambiental, estava incompleta, faltando a declaração de 27 aves que estavam em sua posse.
Diante das evidências, o homem recebeu voz de prisão em flagrante pelo crime de adulteração de selo público, previsto no artigo 296 do Código Penal. Paralelamente, foi lavrado um auto de infração ambiental no valor de R$ 25.000,00, com base na Resolução SIMA 05/21, por manter espécimes da fauna nativa sem a devida autorização.
As aves que não possuíam anilhas, por estarem em estado bravio e aptas à vida livre, foram soltas imediatamente em seu habitat natural. Já os animais que estavam com anilhas adulteradas foram recolhidos e encaminhados para um local adequado, onde permanecerão sob custódia.
O caso foi apresentado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Pirassununga, onde o delegado de plantão ratificou a prisão em flagrante. O acusado foi encaminhado à Cadeia Pública de Araras e agora aguarda as decisões da Justiça.
A operação reforça o trabalho de combate ao tráfico de animais silvestres, uma das atividades ilegais que mais prejudicam a biodiversidade no país.
Fonte: Tv Vargem