Com inflação próximode 60% ao ano, salários não acompanham preços, consumo desaba e endividamento e inadimplências explodem
Na Buenos Aires dos descontos, a classe média já não sabe como sobreviver. Argentinos se desdobram entre aplicativos, dias de promoção e compras em parcelas para tentar manter a geladeira cheia. Apesar da desaceleração da inflação, que caiu de mais de 250 % ao mês em 2024, para próximo de 50% ao ano nos últimos 12 meses, mas: a recessão, o desemprego em alta e a queda do poder de compra mergulham parte da população do país em um estado de sobrevivência econômica.
Metade da população não consegue cobrir as necessidades básicas, e três em cada dez argentinos adiam despesas com alimentação para pagar serviços essenciais. Endividamento recorde, restaurantes vazios, consumo em queda e saúde mental em colapso são sintomas de uma crise que vai muito além dos números do superávit fiscal. A inadimplência de empresas e pessoas físicas disparam nos últimos 6 meses, apresentando os maiores percentuais dos últimos 3 anos, além disso, neste ano de 2025 a desvalorização do peso argentino em relação ao dólar americano já atingiu mais de 30%.
Médicos alertam para aumento de ansiedade, depressão e estresse crônico, num país onde a incerteza virou rotina e viver em permanente estado de alerta tornou-se parte do cotidiano.
Fonte: Uol