Sentença da 1ª Vara de Penápolis detalha dez episódios de abusos contra adolescente, que começaram em 2009, quando a vítima tinha 13 anos. A decisão cabe recurso
O padre Antônio de Souza Carvalho, de 67 anos, conhecido como padre Toninho, foi condenado a 26 anos e oito meses de prisão em regime inicialmente fechado pelos crimes de estupro de vulnerável e corrupção de menores.
A sentença, proferida pelo juiz Vinicius Gonçalves Porto, da 1ª Vara da comarca de Penápolis (a 477 km de São Paulo), foi publicada na última sexta-feira (22/08). A decisão cabe recurso.
De acordo com os detalhes do processo, os abusos sexuais ocorreram em pelo menos dez episódios entre 2009 e 2014, tendo início quando o adolescente, que atuava como coroinha, tinha apenas 13 anos. Os crimes aconteciam principalmente durante os trajetos de carro para as missas realizadas na zona rural da cidade.
A vítima e sua família haviam se mudado da área rural para o bairro Eldorado, em Penápolis, e passaram a frequentar a paróquia Sagrada Família. Com o tempo, o jovem começou a ajudar o padre na organização das missas. Apesar da violência sofrida durante cinco anos, a denúncia só foi formalizada em 2023, mais de uma década após o início dos abusos. No decorrer do processo, o padre negou todas as acusações.
Em nota, a Diocese de Lins, à qual o padre pertence, informou que tomou conhecimento da condenação ontem, segunda-feira (25/08), por meio da imprensa e confirmou que o padre Antônio foi afastado do exercício do ministério assim que a denúncia veio à tona.
A Diocese afirmou que adotou “todas as medidas canônicas e pastorais cabíveis” e comunicou o caso ao Dicastério para a Doutrina da Fé, em Roma, que determinou a abertura de um Processo Penal Administrativo, ainda em curso.
A nota foi assinada por dom João Gilberto de Moura, bispo de Lins. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) disse que não comentará o caso. O Vaticano, também contactado, não se manifestou até a publicação desta matéria.
O padre Toninho começou a atuar na paróquia Sagrada Família em 2001 e, em 2007, recebeu o título de cidadão penapolense. De acordo com o site da Diocese de Lins, entre 2014 e 2023, ele serviu como pároco na paróquia Nossa Senhora Rainha dos Anjos, em Reginópolis (SP), sendo posteriormente transferido para Luziânia, no interior paulista. Atualmente, ele ainda integra o quadro do clero da diocese, mas sua localização não foi informada.
Fonte: Folha de S.Paulo