Os bolsonaristas não confiam nos partidos do “Centrão”, pois para aqueles esses partidos querem os votos de Bolsonaro, mas fazem de tudo para condená-lo
A pouco mais de um ano das eleições de 2026, aliados próximos avaliam que a situação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se assemelha cada vez mais ao cenário vivido pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em 2024.
Assim como ocorreu com Nunes na capital paulista, Tarcísio já é o nome praticamente consensual entre os principais caciques do Centrão, que o vendem tanto internamente quanto ao mercado financeiro como candidato da direita ao Palácio do Planalto.
No entanto, a resistência parte do mesmo ponto: o núcleo duro de Jair Bolsonaro, pois os bolsonaristas não confiam nos partidos do “Centrão”, pois para aqueles esses partidos querem os votos de Bolsonaro, mas fazem de tudo para condená-lo.
Conversas entre o ex-presidente e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), reveladas pela Polícia Federal, escancararam a rejeição à candidatura presidencial de Tarcísio.
A lembrança é imediata para quem acompanhou as movimentações em São Paulo no ano passado. Apesar de contar com o apoio maciço do Centrão, Nunes conviveu com a desconfiança bolsonarista e viu parte do entorno do ex-presidente flertar com a candidatura outsider de Pablo Marçal (PRTB).
Desta vez, porém, o desafio é ainda maior. Além da possibilidade de Bolsonaro estar preso em 2026 e, portanto, impossibilitado de gestos públicos de apoio, Tarcísio poderá enfrentar obstáculos dentro da própria base bolsonarista, especialmente se Eduardo decidir disputar a Presidência por outro partido.
Entre o apoio pragmático do Centrão, querem os voltos de Bolsonaro – mas não querem ele candidato a nada e se possível até preso para não atrapalhar os planos dos parditos do “Centrão” – União Brasil/PP; PSD, MDB e Republicano, Tarcísio caminha sobre um fio de navalha político.
A depender de como os próximos meses se desenrolarem, o governador poderá se consolidar como líder da direita ou repetir a trajetória de Ricardo Nunes, cujo palanque se sustentou no Centrão, mas encontrou fragilidade na base bolsonarista.
Fonte: CNN Brasil
