Javier Milei argumenta que a medida afetaria gravemente o equilíbrio fiscal, críticos acusam o presidente de conduzir seu ajuste fiscal às custas dos setores mais vulneráveis da população
Em meio a uma crescente tensão política às vésperas de importantes eleições legislativas na província de Buenos Aires, o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que avalia entrar com uma ação judicial para impedir a implementação da Lei de Emergência da Deficiência.
A decisão ocorre após o Senado argentino derrubar, na quinta-feira, o veto presidencial ao projeto, que prevê a reposição da inflação nos benefícios de aposentados e pessoas com deficiência.
O cerne do conflito é financeiro. O governo argumenta que a medida, que também inclui a regularização de pagamentos e a atualização de taxas do Sistema Integrado de Benefícios da Atenção Básica, afetaria gravemente o equilíbrio fiscal.
Do outro lado, críticos do governo Milei acusam o presidente de conduzir seu ajuste fiscal às custas dos setores mais vulneráveis da população. Para os opositores, a resistência em conceder benefícios a aposentados e pessoas com deficiência contrasta com medidas percebidas como favoráveis aos mais ricos, como a redução de impostos e o aumento de subsídios para determinados setores econômicos.
A disputa pela lei social agrava a polarização no país e joga um holofote sobre a batalha política entre o governo e a oposição, que se intensifica no período que antecede as eleições legislativas em Buenos Aires, um reduto político crucial. Enquanto Milei busca travar a lei nos tribunais, a oposição no Congresso se mobiliza para garantir sua implementação, aprofundando o impasse entre os Poderes.
Fonte: Valor Econômico