Polícia Federal aponta que Diogo Cangerana atuou entre 2021 e 2024 na rede comandada por Tao Li, envolvendo criptoativos, propinas a gerentes de bancos e comércio ilegal de ouro
A Polícia Federal identificou o capitão da Polícia Militar de São Paulo Diogo Costa Cangerana como um dos principais operadores do esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro liderado pelo empresário chinês Tao Li. Segundo as investigações da Operação Tai Pan, o oficial teria atuado entre 2021 e 2024, período em que trabalhou na segurança dos governadores Tarcísio de Freitas e Rodrigo Garcia.
De acordo com a PF, Cangerana recrutava clientes interessados em blindar patrimônio e lavar recursos com criptoativos, além de intermediar contatos com gerentes de bancos e participar do comércio ilegal de ouro para Dubai. Uma planilha apreendida indicava pagamentos mensais de propina a policiais, laranjas e funcionários de instituições financeiras.
Interceptações revelaram que o capitão recebia valores em espécie e em criptomoeda USDT, abrindo contas em grandes bancos com limites de até R$ 2 milhões por dia para movimentar recursos. Ele também teria fornecido empresas de fachada e participado de negociações envolvendo até 12 toneladas de ouro.
A defesa do policial nega envolvimento e afirma que ele é inocente. O governo paulista declarou que a designação de seguranças para autoridades segue escala da Casa Militar, sem vínculo direto com assessoria. O ex-governador Rodrigo Garcia não se manifestou.
Fonte: Estadão