Após anúncio de expulsão em julho, partido aplica apenas advertência a Antonio Carlos Rodrigues; decisão foi revisada pelo Conselho de Ética.
O Partido Liberal (PL) reverteu a expulsão do deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (SP), anunciada publicamente no final de julho, e optou por aplicar apenas uma advertência ao parlamentar. A decisão foi tomada nesta terça-feira (9) pelo Conselho de Ética do partido, após reavaliar o caso e considerar a medida mais branda como a mais apropriada.
A expulsão havia sido determinada pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, após o deputado defender publicamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes – alvo de sanções da Lei Magnitsky dos EUA – e criticar as tarifas impostas pelos Estados Unidos. As declarações foram consideradas inadmissíveis para a linha política do PL, que é crítica ao STF e alinhada aos Estados Unidos.
Em julho, em nota oficial, o partido justificou a expulsão afirmando que “atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho” e que era necessário “diplomacia e diálogo, não populismo barato”. A decisão inicial foi tomada sob forte pressão interna da bancada.
Antonio Carlos Rodrigues já havia demonstrado independência em abril, ao ser o único deputado do PL a não assinar o projeto que pedia urgência para a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, ele afirmou na tribuna que os novos integrantes do partido não lhe ditariam regras, lembrando que participou da fundação da legenda e citando a histórica ligação do PL com o ex-vice-presidente José Alencar.
A postura do deputado gerou represálias de figuras como Eduardo Bolsonaro, que afirmou nas redes sociais que, sem os novos integrantes, Rodrigues não seria deputado, e exigiu que ele votasse junto com o partido. A reversão da expulsão encerra o imbróglio, mas mantém o parlamentar formalmente advertido sobre suas declarações.
Fonte: Gazeta do Povo