Emir catari afirma que bombardeio em Doha “matou qualquer esperança” de libertação de reféns e questiona papel de Israel no conflito.
A tensão no Oriente Médio alcançou um novo patamar após o emir do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, acusar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de sabotar as negociações de paz e a libertação dos reféns na Faixa de Gaza. Em uma declaração contundente nesta quarta-feira, Al Thani afirmou que os bombardeios israelenses a edifícios em Doha, que visavam líderes do Hamas, “mataram qualquer esperança” de um acordo.
O ataque, ocorrido na véspera, deixou seis mortos e atingiu diretamente a delegação do Hamas que estava na capital catari para participar das discussões. O Catar, junto com o Egito, tem desempenhado um papel crucial como mediador nas tentativas de se chegar a um cessar-fogo em Gaza. A ofensiva de Israel, no entanto, é vista como um golpe direto e intencional contra esses esforços diplomáticos.
O ataque levanta sérias dúvidas sobre a real intenção de Israel no conflito. Embora o governo de Netanyahu afirme que a ofensiva em Gaza é uma resposta para a libertação dos reféns e a destruição do Hamas, a ação contra a delegação que negociava a soltura dos mesmos parece contraditória. Para o emir catari, a ação de Israel não só inviabiliza as negociações, como também demonstra uma clara preferência pela escalada militar em detrimento da solução diplomática.
Al Thani participará de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira, 11, para discutir o ataque. A expectativa é que o Catar exija um posicionamento firme da comunidade internacional e condene veementemente a atitude de Israel. A escalada de violência e a sabotagem das negociações de paz podem ter consequências imprevisíveis, aprofundando a crise humanitária em Gaza e tornando ainda mais distante qualquer perspectiva de paz na região.
A comunidade internacional agora observa, atenta, os próximos passos do Catar e a resposta de Israel a essas acusações. A confiança entre as partes, já frágil, está agora em seu ponto mais baixo. O caminho para um cessar-fogo, que antes parecia possível, se tornou mais nebuloso e incerto.
Fonte: Band Jornalismo