Gilberto Kassab, reúne a legenda para consolidar apoio a projeto de lei que perdoa condenados por atos de tentativa de golpe à democracia brasileira
Em um movimento estratégico que sinaliza os rumos do centrão político no pós-condenação de Jair Bolsonaro, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, conversou com a executiva nacional do partido para traçar uma linha de ação clara e ousada.
O plano, conforme apurado, tem dois pilares: a defesa intransigente de um projeto de anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e o início das articulações para lançar o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, como candidato a presidente em 2026.
As conversas ocorrem em um momento de certo vacúo de liderança na direita brasileira. A condenação do ex-presidente Bolsonaro pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O PSD, sob o comando de Kassab, parece ter escolhido sua estratégia: aproveitar a fraqueza política de Bolsonaro para transferir seu capital eleitoral para um nome indicado e apoiado pelo PSD, sem, no entanto, ter que carregar um Bolsonaro como candidado, ou seja, quer os votos dos bolsonaristas, mas não quer Bolsonaro de forma alguma. bolsonarista.
A Dupla Estratégia de Kassab
O primeiro pilar, a anistia, é visto como uma moeda de troca valiosa. Ao defender publicamente o perdão para bolsonaristas condenados – incluindo o próprio ex-presidente –, Kassab oferece um “salvamento” para a ala radical que se sente abandonada após a condenação. Essa manobra busca garantir a lealdade desses eleitores e líderes para um projeto futuro que não terá Bolsonaro na ponta da chapa.
O segundo pilar, e o objetivo final, é Tarcísio. O governador paulista que agrada tanto à tecnocracia quanto à extrema-direita, é o ativo mais valioso para as pretensões futura da raposa do PSD. A ideia é posicioná-lo como o herdeiro natural do bolsonarismo, mas com uma imagem mais palatável para o centrão e para o mercado.
O Jogo do Centrão – a jogada de Kassab como clássica do fisiologismo do centrão. O PSD, PP, União Brasil e outras legendas do centrão enxergam que a “condenação e inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, o bolsonarismo como um movimento de massa precisará de outro candidato. Eles querem cooptar essa massa, seus votos e sua energia política, mas colocando-a sob a liderança de um político típico “do Centrão “.
A aposta é de que, ao oferecer a anistia, Kassab pacifica as relações com a ala mais radical, enquanto Tarcísio se consolida como a opção viável e eleitoralmente forte para 2026. Dessa forma, o PSD espera se tornar o novo epicentro da direita brasileira, unindo o núcleo duro bolsonarista à sua ampla base de apoio no congresso, conhecida por sua pragmática busca por espaço no poder.
A estratégia, no entanto, não é isenta de riscos. O apoio a uma anistia para envolvidos em tentativas de golpe de Estado é altamente controverso e pode encontrar resistência no Congresso, no Judiciário e na opinião pública. Além disso, não está claro se a base bolsonarista transferirá sua lealdade incondicional de Bolsonaro para “o Centrão” tão facilmente.
Enquanto isso, o próprio Jair Bolsonaro, mesmo inelegível, permanece como uma figura influente. Sua reação a esse movimento de Kassab para “herdar” sua base eleitoral será crucial para o sucesso ou fracasso do plano arquitetado pelo presidente do PSD.